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As 10 músicas que fazem de Jorge Aragão um ícone do samba 

Que Jorge Aragão é um dos maiores nomes da história da música popular brasileira de todos os tempos, isso não temos dúvidas! Hoje, nós vamos relembrar 10 sucessos que fazem do cantor e cantor carioca um verdadeiro ícone do samba.

Jorge Aragão: gigante do samba

Veterano do samba carioca, Jorge Aragão começou a tocar violão e arriscar suas primeiras composições aos 14 anos – quando escutava Jovem Guarda no rádio de casa, em Padre Miguel, na zona oeste do Rio de Janeiro –  aprendeu a tocar algumas canções da época em um violão emprestado. 

Por já saber fazer alguns solos de guitarra, ele foi chamado para ser guitarrista solo de um conjunto que ensaiava em Honório Gurgel e tocava em bailes. Depois, fez parte da Ala de Compositores do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos

Até que Jorge Aragão foi para a aeronáutica, servir na base aérea no bairro de Santa Cruz, e lá, conheceu Jotabê, que tornou-se seu grande parceiro musical. Ali, ele conta que os dois compuseram juntos várias canções que não eram sambas, até que um dia – entre essas composições – surgiu o clássico “Malandro”, um dos primeiros sambas de Jorge.

Isso era meados dos anos 60. Os anos foram passando, Jorge Aragão seguiu sua vida, passou a se apresentar com seu violão na noite carioca, mas ainda estava muito longe de ganhar dinheiro com música. Foi quando um dia, 10 anos depois, estava com seu violão na calçada de casa e seu vizinho – o Alcir Portela, que era capitão do time do Vasco na época – pediu pra que ele mostrasse algumas músicas suas ao violão. 

Jorge mostrou várias canções, entre elas, “Malandro”. Alcir gostou muito do que ouviu e apresentou Jorge a Neocy – que depois foi integrante do Fundo de Quintal junto com Aragão

Jorge Aragão na capa de disco de 1986 — Foto: Reprodução

O sambista o levou até a Tapecar, uma gravadora importante na época, apresentou Jorge Aragão como seu “canarinho” e falou que ele tinha ótimas composições. Os executivos gostaram muito de “Malandro” e mandaram o samba imediatamente para Elza Soares, que estava no auge na época e quis incluir a canção em seu disco “Lição de Vida”, de 1976.  “Malandro” é a faixa que abre o álbum de Elza. A belíssima gravação de Elza Soares projetou o nome de Jorge Aragão para o Brasil inteiro. 

Em seguida, o sambista passou a integrar o Fundo de Quintal, participando do primeiro disco do grupo, de 1980, e sendo um de seus principais compositores e letristas.

Logo depois – em 1981 – seguiu para a carreira solo, lançando o seu primeiro disco, “Jorge Aragão”, que traz várias outras parcerias com Jotabê.

Um dos maiores sambistas da nossa história, quase todos os grandes intérpretes de samba do país gravaram canções de Jorge Aragão em seu repertório, como Beth Carvalho, Alcione, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila.

Hoje, com quase 50 anos de carreira e mais de 20 discos lançados, Jorge Aragão tem diversas canções, além de “Malandro”, que o consagraram como um ícone do samba.

10 canções que fazem de Jorge Aragão um ícone do samba

1 – Malandro (1976)

Como já contamos, “Malandro” é uma parceria com Jotabê, que – quando gravada por Elza Soares, em 1976 – lançou o nome de Jorge Aragão nacionalmente com imenso sucesso.

A música conta a história de uma conversa real e foi escrita para um amigo de Jorge e de Jotabê, lá de Santa Cruz, chamado Inácio. Jorge conta que ele era um verdadeiro “malandro carioca”. Uma pessoa muito carismática, porém com todas as características de um bom malandro. 

“Malandro! 

Eu ando querendo falar com você 

Você tá sabendo que o Zeca morreu 

Por causa de brigas que teve com a lei…” 

Inácio também era músico, mas não seguiu na carreira. Acabou mudando-se, pouco tempo depois, para São Paulo, para trabalhar com outras coisas. E a história de Zeca, que morreu, é verdadeira. Zeca era outro conhecido deles que tinha morrido em uma briga entre essa galera da malandragem, e Jorge pedia que Inácio tomasse cuidado para não ter o mesmo destino.

2 – Coisinha do Pai (1978)

Coisinha do Pai” (parceria com Almir Guineto e Luiz Carlos) é um dos maiores clássicos da história da música brasileira e uma homenagem para a filhade Jorge Aragão, Vânia. 

Consagrada na gravação de Beth Carvalho, de 1979, e que ganhou uma gravação inédita em 1997 para acordar o robô Soujorner, em missão da “Mars Pathfinder”, em Marte. O sucesso de Aragão chegou até em outro planeta!

3 – Vou Festejar (1978)

Eternizada na voz de Beth Carvalho, a música “Vou Festejar” é um dos maiores hinos do samba e revolucionou o gênero, quando lançada no álbum “De Pé no Chão”, de 1978. 

Foi composta por Jorge Aragão, Dida e Neoci, quando os três sambistas frequentavam e faziam parte da Ala de Compositores do tradicional Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro. 

Nesta época, Beth Carvalho – já consagrada há anos como uma das maiores intérpretes de samba do Brasil – começou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos e conheceu os músicos e suas composições, ficando completamente apaixonada por essa canção. Conheça todos os detalhes da história de “Vou Festejar” nesta matéria especial.

4 – Identidade (1992)

“Elevador é quase um templo

Exemplo pra minar teu sono

Sai desse compromisso

Não vai no de serviço

Se o social tem dono, não vai.” 

A canção “Identidade”, lançada por Jorge Aragão em 1992, no seu álbum “Chorando Estrelas”, é uma importantíssima crítica social em ritmo de samba e foi adotada como hino antirracista nas rodas de pagode. 

Mas, para seu autor, ela originalmente narrava apenas um episódio de racismo que passou.

Em entrevista à Billboard Brasil, em janeiro de 2024, Jorge Aragão declarou:

“É uma das poucas músicas que eu lembro exatamente como escrevi, mas nunca imaginei que se tornaria tema de um movimento racial. (…) Estava na rua Duque de Caxias com a alameda Barão de Limeira, no centro de São Paulo. 

O produtor de um show me deixou num hotel e disse que voltaria com o dinheiro para me pagar. Já estava meio assim, porque ficou uma situação de ele me chamar de neguinho, o que até hoje quero pensar que não foi com maldade. 

Eu saí do Rio só com o dinheiro da ida. E eu fiquei dependendo do hotel para tudo: dormir, comer. Tudo. E eu estava preso ali, sem dinheiro para nada. Eu fui lá para trabalhar e fui tratado daquela forma. Mas, no final das contas, ele acabou me pagando. 

Escrevi totalmente inconsciente do que ela representa atualmente. Hoje, eu componho conscientemente. Não quero ser precursor de militância, mas percebi que não era só ‘Identidade’ que tinha esse sentido político. Fui notar porque muitas pessoas me disseram: ‘Isso é tudo o que a gente precisava’.”.

“Identidade” é um manifesto à discriminação racial, com uma letra que fala por si só: usando o exemplo dos elevadores de serviço e social, Jorge Aragão critica os espaços em que pessoas pretas são sempre tomadas como empregadas e subservientes. 

O músico deixa um recado de resistência para essa imposição racista, falando do sofrimento daqueles que foram escravizados: Jorge lembra que a resistência faz parte da história do povo preto, afinal, que desde sempre teve que lutar por liberdade, igualdade e respeito.

5 – Do Fundo do Nosso Quintal (1987)

Um dos maiores sucessos de um dos maiores grupos de samba da história, do qual Jorge Aragão fez parte no início de sua carreira, “Do Fundo do Nosso Quintal” é uma parceria de Jorge Aragão com Alberto Souza, lançada pelo Fundo de Quintal em um álbum que levou o nome da faixa, em 1987. 

Em 1993, Jorge gravou a música no seu álbum solo “Um Jorge”.

6 – Eu e Você Sempre (parceria com Flávio Cardoso, 2000)

7 – Coisa de Pele (parceria com Acyr Marques, 1986)

8 – Já É (parceria com Flávio Cardoso, 2000)

9 – Lucidez (parceria com Cleber Augusto, 1991)

10 – Feitio de Paixão (composição de Paulo Onça e Paulinho Carvalho, 1996)

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