Se roupa fala, no Vaticano ela prega. Desde a morte do Papa Francisco, as imagens dos cardeais reunidos em Roma têm circulado pelo mundo — e não é só pela importância do momento. As vestimentas, com suas cores vibrantes e cortes impecáveis, também chamam (muita) atenção.
“A roupa não é só aparência, é missão”, explicam estudiosos da liturgia católica. Na Igreja, os trajes clericais são considerados sacramentais — objetos abençoados que inspiram devoção. Ou seja: cada detalhe tem um porquê.
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Do escarlate à simbologia
O look clássico dos cardeais é praticamente um código visual da fé. Tem seda, tem cetim, tem simbologia do início ao fim. A casula de seda vem com 33 botões — um para cada ano da vida de Cristo. A faixa de cetim amarra o conjunto, que ainda conta com a capa ferraiolo e o tradicional barrete sem pompom.
Porém, um detalhe curioso: nada de pompom porque, apesar do alto posto, o cardeal não tem título acadêmico.
No peito, um crucifixo com cordão entrelaçado de dourado e vermelho. “É a divindade e o martírio lado a lado”, explicam membros do clero.
📸 DETALHES DAS VESTIMENTAS

Cada peça, um símbolo sagrado
Tem mais. Mas muita coisa muda de uma celebração a outra — mas o significado permanece:
- Mozzetta: pequena capa com 12 botões, evocando os apóstolos.
- Roquete: túnica de linho branco, símbolo da pureza de Cristo.
- Zucchetto: touquinha de seda usada pelos ungidos. Já a cor varia conforme o cargo:
- Branco para o Papa
- Escarlate para cardeais
- Fúcsia para bispos
Roupa litúrgica também comunica
Entre liturgias solenes, missas discretas e eventos diplomáticos, as roupas mudam. Por fim, a mensagem é sempre clara: servir com beleza e reverência.
Porque, sim — até o tecido pode ser um canal de fé.