O tom de voz firme, o sotaque que não deixa dúvidas que ela é paraibana, rap no som e na veia, suas influências que vão do nordeste ao sudeste e muito, muito flow. Essa é a Bixarte, cantora e compositora que acaba de lançar seu segundo álbum batizado de “Feitiço” com linhas pesadas acompanhadas de amor, ancestralidade e participações de artistas como Emicida, Lucy Alves, Johnny Hooker, Monna Brutal, Vó Mera, A Fúria Negra e Ayô Tupinambá.
Pronta para te encantar, o álbum “Feitiço” é composto por doze faixas que tem o rap como expoente principal, mas não o único, já que mescla com trap, afrobeat e forró. O trabalho marca um momento de amadurecimento profissional e ao mesmo tempo acolhimento da artista com ela mesma.
“Depois do álbum ‘Traviarcado’ (2023), eu entrei numa comparação muito grande e precisei dar uns passos atrás, voltar pro rap pra entender de onde eu vim, pra entender pra onde eu quero chegar e pra entender que eu quero contar uma história com a música, eu não quero que minha música seja só pra viralizar, que viralize também, mas que ela seja pra mudar a vida, que ela seja pra impactar diretamente, sabe, a vida de outras pessoas, então eu escolhi pessoas que impactam a minha vida” conta Bixarte.

A partir do instrumento que é o coração pulsante da música afro-latina, o tambor, o álbum “Feitiço” se conecta com cada batida entregando um ritual musical que mexe com o corpo, espiritualidade, memória e território. Não à toa a faixa que abre o trabalho “Não Foi Sorte” tem a participação de Ayô Tupinambá, e é um canto de resistência e gratidão aos Orixás. Afirmando que sua música não pode ser nichada, o single “Tentação” mescla ritmos dançantes que vão até a cumbia.
Junto com a importante cirandeira paraibana, Vó Mera, e do rapper, Emicida, Bixarte reflete na faixa “Exu” cantando com fervor: “Não peço licença, trago o meu recado. Eu venho de longe, construí um legado”. Já em “Máfia” é o trap e ostentação de quem sabe que pode. “Gasolina” vem com a participação de Monna Brutal e é um hit para as noites baladeiras. “Calma, Filha” reforça essa poética afiada, característica da artista. “Ibiza” é um reggaeton com forró com a cantora e atriz, Lucy Alves, que é impossível de ficar parado.
Dando continuidade a parte dançante do álbum, vem a swingueira “Culpa”. E logo em seguida, uma cumbia gostosa de “Como Me Olhas” com participação de Johnny Hooker. “Oceano” é o respiro, a calma e a leveza de quem precisa parar e refletir. A apaixonante “Me Vê” começa com a citação poética nos remetendo à artista que já foi bicampeã do Slam Estadual da Paraíba, a faixa também traz as participações de A Fúria Negra e Mari Santana. Por fim, “Kaô Kabecilê” encerra o álbum comum pop eletrônico pedindo justiça para Xangô.



