Em 1972, “Transa” foi o marco definitivo da volta de Caetano Veloso ao Brasil, após exílio político em Londres. O icônico álbum completou 50 anos em 2022. Apesar disso, Caetano irá comemorá-lo este ano, com show exclusivo no Doce Maravilha, no Rio de Janeiro.
O show contará inclusive com a presença de Jards Macalé, que dirigiu e foi o guitarrista da obra, além de Tutty Moreno e Áureo de Sousa (baterista e percussionista originais, respectivamente).
O festival acontecerá nos dias 12 e 13 de agosto na Marina da Glória. Caetano, por sua vez, se apresentará no dia 13.
Saiba mais sobre Transa:
“Transa”, de Caetano Veloso, foi considerado o décimo melhor disco brasileiro de todos os tempos
Em 1971, durante o exílio político em Londres, Caetano lança o disco Caetano Veloso, com uma temática melancólica e algumas canções compostas em inglês e endereçadas aos que ficaram no Brasil, como London, London e Maria Bethânia. O disco inclui ainda a gravação de Asa Branca, de Luiz Gonzaga, que exprime a profunda tristeza que Caetano sentia por estar longe do Brasil.
Nesta época, o compositor Paulo Diniz faz uma letra especialmente para o amigo, Caetano, que diz: “I don’t want to stay here / I wanna to go back to Bahia“, em português: “Eu não quero ficar aqui. Quero voltar pra Bahia”.
Em agosto de 1971, vem ao Brasil para gravar um especial histórico com Gal Costa e João Gilberto.
Ainda em Londres, começa a gravar um dos discos mais importantes e bem avaliados de sua carreira, muito marcado pelo experimentalismo: Transa. Segundo a Rolling Stone, este é o décimo melhor disco brasileiro de todos os tempos.
Com capa em formato tridimensional, o álbum inclui sucessos como:
- Triste Bahia – sua musicalização do trecho do soneto de Gregório de Mattos;
- Mora na Filosofia, de Monsueto Menezes e Arnaldo Passos;
E algumas canções em inglês como as clássicas:
- You Don´t Know Me;
- It’s A Long Way;
- e Nine Out Of Ten (essa última traz – pela primeira vez – influências do reggae para a música brasileira)
O disco teve participações especiais de Gal Costa em “You Don’t Know Me”, “Neolithic Man” e “Nostalgia (That’s What Rock’n Roll Is All About)”, e Angela Ro Ro em “Nostalgia (That’s What Rock’n Roll Is All About)”, onde tocou gaita de sopro.
O lançamento de Transa marca o seu retorno definitivo ao Brasil, em 1972, além de um show que faz ao lado de Gil no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Caetano percorre várias cidades com seu novo show e surpreende o público ao se apresentar com um novo visual – meio hippie, meio andrógino – com brincos de argola, tamancos, batom e tomara que caia, imitando trejeitos de Carmem Miranda.
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