Campanhas reforçam prevenção à violência sexual no carnaval

Iniciativas públicas e privadas aproveitam o período de festas para conscientizar adultos e crianças sobre práticas abusivas e a importância dos Disques 100 e 180 para denunciar. Em entrevista à Novabrasil, a minustra das Mulheres, Aparecida Gonçalves, destacou a importância de fortalecer as mulheres a fazer as denúncias de abusos no Carnaval e em qualquer época do ano

A campanha “Brasil sem misoginia” foi lançada pelo Ministério das Mulheres e pelo Ministério do Turismo. O objetivo é conscientizar sobre o respeito às mulheres e evitar o assédio, especialmente no carnaval.

À Novabrasil, a ministra ressaltou que a iniciativa é para as mulheres e para os homens para que se torne “um processo natural na sociedade brasileira, assim como é natural o carnaval”. De acordo com ela, a sociedade brasileira precisa de orientação, principalmente as mulheres, para saber onde denunciar e quais são seus direitos. “Um dos problemas é a vergonha para fazer a denúncia”, segundo Aparecida Gonçalves.

A ministra das Mulheres destacou que o álcool não serve como atenuante para o assédio ou violência sexual. “O álcool e a droga não são a causa da violência, eles podem ser estimuladores, mas não a causa”. Ela lembrou que as mulheres devem utilizar o número 180 para fazer denúncias contra os abusadores.

Recentemente, o jornalismo da Novabrasil também abordou a campanha do Ministério Público de Pernambuco, que lançou uma cartilha sobre os tipos mais comuns de abusos no carnaval e dados sobre esse tipo de crime.

Livros e histórias para prevenir abusos contra crianças

Ainda no “ritmo de carnaval”, ao menos cinco instituições que lutam pela prevenção da violência contra crianças e adolescentes se uniram para uma campanha nessa época do ano.  O Instituto Liberta, a Childhood Brasil, o Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, o Faça Bonito e a Rede ECPAT Brasil encabeçam a campanha “Unidos da Proteção”.

A diretora-presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, em entrevista à Novabrasil, destacou que o objetivo é “usar o carnaval para falar sobre prevenção e violência sexual contra crianças e adolescentes”. Segundo ela, há um número absurdo de crianças estupradas no Brasil e mais de 70% dos casos ocorrem dentro de casa. Por isso, a leitura de livros especializados, que podem ser baixados gratuitamente no site do Instituto, podem ajudar a criança a identificar a situação que está passando. 

Respeito e cuidado devem prevalecer em blocos de rua, como esse de São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Dados da organização não governamental Safernet apontam que as denúncias da presença de imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet bateram recorde em 2023.  Foram 72 mil queixas no ano passado, número 28% superior ao recorde anterior, registrado em 2008.

Para Luciana Temer, a informação, para pais e crianças, é fundamental para combater esses abusos. “É preciso educar a sociedade, que precisa entender os diferentes tipos de violência e que quem mais sofre violência sexual no Brasil são menores de 13 anos”

Ela ressalta que a violência no ambiente doméstico é mais complexa de ser apurada, mas o caminho é fazer denúncias, tanto à polícia quanto ao Ministério Público. O disque 100 é outro instrumento para denúncias.

 A campanha “Unidos da proteção” ganhou também uma marchinha, que é executada nos blocos infantis. O samba lançado tem o mesmo nome e foi produzido pelo líder do Bixiga 70, Cris Scabello.

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