Carmen Miranda: por que a cantora veio para o Brasil? Relembre sua história e sucessos

Carmen Miranda, um ícone brasileiro com uma carreira de sucesso na rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão, é uma das artistas brasileiras mais conhecidas no mundo inteiro, tornando-se referência da cultura do nosso país no exterior. 

Mas você sabe por que Carmen Miranda veio para o Brasil? Relembre a história da estrela e seus principais sucessos a seguir! 

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Relembre a história de Carmen Miranda. | Foto: Montagem.

Por que Carmen Miranda veio para o Brasil?

Carmen Miranda é lembrada por muitos como “A Pequena Notável” devido à sua baixa estatura, mas foi sua imensa presença de palco e talento inegável que a tornaram uma das artistas mais icônicas do Brasil. Sua história de vida é fascinante, desde sua migração para o Brasil até seu sucesso estrondoso nos Estados Unidos. 

Carmen Miranda nasceu como Maria do Carmo Miranda da Cunha na cidade de Marco de Canaveses, em Porto, Portugal, em 1909. No entanto, com menos de um ano de idade, ela e sua família migraram para o Brasil. Essa mudança precoce marcou o início de sua conexão com o país que a tornaria famosa.

Os pais da cantora já tinham planos de se mudar para o Brasil para estabelecer a vida aqui, mas precisaram adiar os planos ao descobrirem a gravidez. Assim, o pai de Carmen chegou ao Brasil primeiro para começar a se estabelecer no novo país, em seguida, recebeu a família. 

Seu nome artístico, Carmen, foi escolhido em homenagem a uma famosa ópera francesa de 1875, “Carmen”, e ela nunca mais voltou a Portugal. Na verdade, a cidade de Marco de Canaveses até nomeou um museu municipal em sua homenagem, eternizando sua conexão com suas raízes.

O sonho de ser artista e início da fama

Desde cedo, Carmen Miranda sonhava em ser artista. Ela cantava constantemente, mesmo enquanto trabalhava em lojas durante sua adolescência. Foi em 1928 que sua jornada rumo ao estrelato começou. Carmen foi apresentada a Josué de Barros, um cantor, instrumentista e compositor que a levou para trabalhar na Rádio Sociedade Professor Roquete Pinto.

Em 1929, Carmen Miranda gravou sua primeira música, “Não Vá Simbora”, escrita por Josué de Barros, por uma gravadora norte-americana que atuava no Brasil, a Brunswick Records. Rapidamente, sua voz cativante chamou a atenção do diretor da gravadora RCA Victor, que a convidou para gravar seu primeiro disco de 78 RPM.

No ano seguinte, em 1930, ela lançou a marcha “Taí (Pra Você Gostar de Mim)”, de Joubert de Carvalho. A música tornou-se um sucesso nacional, vendendo mais de 35 mil cópias no ano de lançamento, um recorde absoluto para a época. A partir desse momento, Carmen Miranda foi aclamada pela crítica como a principal intérprete de samba dos anos 30 e a maior cantora do Brasil.

Carmen Miranda não apenas brilhou na música, mas também quebrou barreiras na rádio. Em 1932, ela assinou um contrato de quatro anos com a Rádio Mayrink Veiga, tornando-se a primeira cantora de rádio a assinar um contrato de trabalho com uma emissora. Naquela época, era comum que os artistas recebessem cachê por participação, mas Carmen era a artista de rádio mais bem paga do país.

Sua popularidade continuou crescendo, e ela logo foi convidada para atuar no cinema. Durante a década de 1930, Carmen participou dos primeiros filmes sonoros lançados no Brasil, incluindo “Alô, Alô, Brasil” (1935) e “Alô, Alô, Carnaval” (1936). Foi neste último filme que Carmen se destacou com sua icônica interpretação da canção “Cantoras do Rádio”, de Josué De Barros, Lamartine Babo e A. Ribeiro.

O Sucesso Internacional de Carmen Miranda

O filme “Banana da Terra”, lançado em 1939, marcou um ponto de virada na carreira de Carmen Miranda, lançando-a internacionalmente. Sua interpretação da famosa canção “O Que É Que a Baiana Tem”, de Dorival Caymmi, cativou o público e chamou a atenção dos produtores de Hollywood. Carmen foi convidada para trabalhar na Broadway e, acompanhada pelo conjunto vocal Bando da Lua, mudou-se para os Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, Carmen Miranda não apenas fez sucesso em filmes, mas também se apresentou para o presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, na Casa Branca. Ela se tornou a primeira artista sul-americana a ter uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. Em 1945, foi a artista mais bem paga dos Estados Unidos.

O apelido de “Pequena Notável” e suas Canções eternizadas

Carmen Miranda não apenas deixou sua marca com sua música, mas também com seu estilo distintivo. Seu figurino tropical e seus chapéus extravagantes de frutas a renderam apelidos como “Pequena Notável”, no Brasil, e “The Brazilian Bombshell” (brasileira explosiva) ou “The Chiquita Banana Girl”, no exterior.

Entre 1929 e 1950, Carmen gravou quase 150 discos de 78 RPM e registrou mais de 300 canções. Sua voz cativante a levou a ser considerada a 15ª maior cantora da história da música brasileira pela Revista Rolling Stone Brasil. Ela também foi classificada como a 35ª maior artista da música brasileira.

Dentre suas canções mais memoráveis estão “Tico Tico no Fubá”, “Isso É Lá Com Santo Antônio”, “Chica Chica Boom”, “Sonho de Papel”, “Chiquita Bacana” e “E O Mundo Não Se Acabou”. Suas interpretações únicas e apaixonadas dessas músicas garantiram que elas fossem eternamente associadas a Carmen Miranda.

A Morte Prematura e o Legado Duradouro de Carmen Miranda

Carmen Miranda nos deixou muito cedo, aos 46 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Sua carreira meteórica e seu estilo inconfundível a tornaram um ícone inesquecível da cultura brasileira. Mesmo após sua morte, seu legado perdura, e seu nome é sinônimo de música e exuberância tropical.

No entanto, a vida de Carmen Miranda não foi isenta de controvérsias. Ela enfrentou críticas de alguns brasileiros que a acusavam de expor uma visão caricata e estereotipada do Brasil em suas performances nos Estados Unidos. Em resposta, Carmen Miranda lançou a icônica canção “Disseram Que Voltei Americanizada”, composta especialmente para ela por Vicente Paiva e Luiz Peixoto. A música abordava a percepção equivocada de sua suposta “americanização” e reafirmava seu orgulho de ser brasileira.

A vida de Carmen Miranda foi repleta de altos e baixos. Ela enfrentou pressões intensas de trabalho e usou barbitúricos para lidar com sua agenda exaustiva e as expectativas que recaíam sobre ela. Sua história é um lembrete da complexidade das vidas das estrelas do entretenimento e das lutas pessoais que podem estar por trás do brilho e do glamour.

Mesmo décadas após sua morte, Carmen Miranda continua a ser uma das artistas mais queridas e reconhecíveis do Brasil. Sua música, estilo e personalidade vibrante ainda encantam e inspiram pessoas em todo o mundo. Seu legado é um testemunho duradouro da riqueza da cultura brasileira e da capacidade de uma jovem sonhadora de Portugal que se tornou um dos maiores ícones da música e do entretenimento global.

E, para conhecer um pouco mais da história de Carmen Miranda, confira o episódio do Acervo MPB dedicado à cantora! Para mais conteúdos que valorizam a cultura brasileira, continue de olho na Novabrasil! 

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