Cartola, Nelson Cavaquinho e Carlos Cachaça, três nomes fundamentais da história do samba, são os protagonistas do livro Caminho da existência, da cantora e pesquisadora Eliete Negreiros. Unidos pela vivência no Morro de Mangueira e pela Estação Primeira, os artistas se eternizaram em sambas que transbordam lirismo, dor e filosofia popular.
O título da obra remete a um poema de Cachaça, escrito em 1930, e serve como fio condutor para os ensaios que investigam como os sambistas transformaram suas experiências em arte profunda e sensível.
Cada ensaio do livro se debruça sobre a produção musical de um dos bambas, com ênfase nas letras que refletem os sentimentos mais complexos da existência. O primeiro, dedicado a Nelson Cavaquinho, mergulha em sambas como Degraus da vida e Luz negra, revelando um universo poético marcado por amor, morte e sofrimento.
Em seguida, o capítulo sobre Cartola ilumina o lirismo de composições como O sol nascerá e O mundo é um moinho, destacando sua trajetória artística nos anos 1970. Já o ensaio sobre Carlos Cachaça, embora breve, recupera canções marcantes como Alvorada e a valsa Clotilde, lançando luz sobre um artista ainda pouco documentado.
Eliete costura suas análises com referências filosóficas que ampliam o entendimento sobre o modo como esses compositores, vindos de contextos marginalizados, interpretaram e reinventaram a vida por meio do samba.
Pensadores como Sêneca e Simone de Beauvoir são convocados para dialogar com letras que falam de dor, esperança, velhice e amor. O resultado é um livro que enxerga na obra desses artistas não apenas beleza musical, mas também um espelho sensível da condição humana.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/H/Z/uxqCIfTrWBpeV0YOpVNQ/capa-nelson-cartola-carlos-cachaca.jpg)
Capa do livro ‘Caminho da existência – Nelson Cavaquinho & Cartola & Carlos Cachaça’. Foto: Divulgação.



