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Compulsão alimentar e emagrecimento: por que a terapia deve vir antes da medicação

Medicamentos como semaglutida, liraglutida e lisdexamfetamina têm ganhado destaque no tratamento da obesidade e da compulsão alimentar. No entanto, especialistas alertam para os riscos do uso precoce desses fármacos, especialmente em pacientes com transtornos alimentares. “A psicoterapia deve ser a primeira linha de tratamento. Medicar antes de compreender o quadro clínico pode mascarar sintomas e agravar o transtorno”, afirma a psiquiatra Bacy Fleiltich-Bilyk, especialista em transtornos alimentares e doutora pelo King’s College London.

Terapia é a base do tratamento eficaz

Para o Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), bulimia e anorexia, as abordagens terapêuticas — como a Terapia Cognitivo-Comportamental — são fundamentais. “É por meio da escuta qualificada e da abordagem emocional que o paciente aprende a lidar com gatilhos, traumas e distorções de autoimagem. A medicação só deve ser considerada quando a resposta à psicoterapia for insuficiente”, explica a médica.

Medicamentos podem mascarar o problema

Quando usados precocemente, os fármacos podem provocar uma perda de peso rápida sem tratar as causas da compulsão, o que aumenta o risco de recaídas, uso de laxantes ou dietas extremas. “Em alguns casos, medicamentos que reduzem o apetite podem até desencadear quadros de anorexia ou bulimia em pacientes vulneráveis”, alerta a psiquiatra.

Foto: Divulgação.

Foco excessivo no emagrecimento pode ser perigoso

Pacientes com transtornos como anorexia não precisam emagrecer — e sim recuperar peso e reconstruir uma relação saudável com o corpo. “O foco na perda de peso, nesses casos, apenas reforça o ciclo de distorção e sofrimento. O tratamento precisa incluir percepção corporal, autoestima e alimentação equilibrada”, defende Bacy.

Cuidado integral e multidisciplinar é essencial

A psiquiatra reforça que o medicamento pode ter papel auxiliar, mas nunca deve substituir a escuta, o vínculo terapêutico e o acompanhamento multidisciplinar. “Tratar antes de medicar é um compromisso com a saúde real, e não apenas com números na balança”, conclui.

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