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“COP30 será a COP da implementação”, afirma Marina Silva

No segundo e último dia da PRÉ-COP30, a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que agora é hora de “pensar globalmente e agir globalmente” para combater as mudanças do clima. E foi o que a PRÉ-COP30 buscou ao construir “consensos” rumo à Belém, onde será a “COP da implementação”.

A ministra defendeu que a COP30 traga resultados que vão além dos itens incluídos na pauta formal de negociação, “agregando ambição e inovação”. Além disso, a presidência da COP30 defendeu a integração de governos, empresas e sociedade civil. E a adesão das demais convenções sobre desertificação e dos oceanos – que segundo Marina, também precisam de cuidado.

Já os dissensos estão na forma e valores de implementação das metas, entre elas o financiamento climático.

Brasil lança o pacto global “Belém 4x”

Ao mesmo tempo, o Brasil lançou, junto de Itália, Japão e Índia, a meta de quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis até 2035. A meta foi uma recomendação da Agência Internacional de Energia Renovável. O relatório da agência destaca que biocombustíveis, hidrogênio verde e biogás serão fundamentais para reduzir emissões e impulsionar o desenvolvimento econômico, especialmente em nações emergentes.

O Brasil é o líder no consumo de energias verdes, ou renováveis, e aumentou sua produção de biocombustíveis em 2024. O país teve um salto de 4,4% na produção de etanol e de quase 33% no “álcool de milho” em 2024. Os dados são da União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia. E ainda, 36% da produção nacional é de combustíveis verdes (produção e refino).

Desmatamento “foda da curva”

Já o economista José Alexandre Scheinkman, a convite da presidência da COP30, defendeu a criação de uma coalizão global para o financiamento de medidas de descarbonização. E ainda apresentou alternativas de preservação frente ao desmatamento na Amazônia ao longo dos anos:

Se o Brasil conseguir diminuir o desmatamento, isso já será um passo enorme. Mais de metade da nossa pegada de carbono vem do desmatamento. A Amazônia está fora da curva, não por causa do consumo, mas pela destruição da floresta. Ela tem renda de país pobre e emissão de país rico” devido ao desmatamento – em sua grande maioria ilegal.

Scheinkman, que é professor de Columbia, destacou que o país tem maior parcela pelo desmatamento e não por poluição, mas tão grave quanto. E apresentou ainda uma solução de “reflorestamento natural”. A ideia é que a própria natureza se regenera em grandes áreas, com planejamento e mata nativa, o que também é barato de se fazer.

Ausência dos EUA

Do mesmo modo, a PRÉ-COP30 reuniu em, em Brasília, representantes e negociadores de 67 países, além de delegados das Nações Unidas e das últimas Cúpulas do Clima. Dentre os principais poluidores do mundo em emissão de caborno, só Estados Unidos se ausentaram, visto que o país saiu novamente do Acordo de Paris sob o governo Donald Trump. Os demais entes além do Brasil, China, Índia, Rússia e União Europeia integraram os debates climáticos.

Similarmente, até a reunião, apenas 62 países – dos 198 que integram a Convenção do Clima da ONU (UNFCCC) – entregaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Mas, segundo Marina, outros 63 nações prometeram enviar o documento até o final de 2025.

Entre eles, o Brasil é o único que tem uma meta pública de zerar o desmatamento em 5 anos. Em 2024, a queda foi de 34% com relação ao ano anterior. Na Amazônia, o desmatamento caiu 7%.

Crianças e indígenas fazem apelo aos negociadores

No segundo dia da pré-COP30, que aconteceu nesta terça-feira, 14 de outubro, um grupo de indígenas protestou por ações urgentes contra a crise climática e pela inclusão dos povos tradicionais nas decisões globais. O ato pedia protagonismo nos espaços de decisão climática.

Por fim, cerca de 600 cartas escritas por crianças de todo o Brasil foram entregues a negociadores com apelo por ações climáticas. A iniciativa, liderada pelo Instituto Alana, Unicef e a presidência da COP30, destacou a voz das novas gerações na defesa do planeta. As mensagens pedem o fim do desmatamento, menos poluição e mais justiça climática.

As negociações continuam nesta quarta e quinta-feira, 15 e 16 de outubro, a portas fechadas, para a continuidade dos trabalhos diplomáticos rumo à Belém do Pará.

Brasília (DF), 14/10/2025 – Indígenas fazem protesto em frente ao prédio onde está sendo realizada a Pré-Cop30. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Fotos Públicas

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