Dalva de Oliveira, Beth Carvalho e mais aniversariantes da MPB do dia

5 de maio é dia de celebrar a existência de grandes nomes da nossa música popular brasileira, nascidos em épocas diferentes, mas com contribuições imensas para a nossa história.

Vamos falar um pouco de cada um deles?

Beth Carvalho, Dalva de Oliveira e Liminha são alguns dos artistas da MPB que fazem aniversário no dia 5 de maio | Foto: Divulgação/Montagem

Dalva de Oliveira

Nascida em Rio Claro (interior de São Paulo), em 5 de maio de 1917, Dalva de Oliveira foi uma das mais importantes cantoras do Brasil, marcando época como grande intérprete, sendo eleita Rainha do Rádio e fazendo sucesso internacional.

De família humilde, seu pai era brasileiro e a mãe portuguesa, mudaram-se para o Rio de Janeiro ainda adolescente em busca de uma vida melhor.

Seu nome verdadeiro era Vicentina de Paula Oliveira e ficou conhecida também como Estrela Dalva, Rainha da Voz ou Rouxinol Brasileiro, por sua privilegiada sua extensão vocal, que ia do contralto ao soprano

Dalva de Oliveira iniciou a carreira profissional no Rio de Janeiro e, ao lado de Herivelto Martins e Nilo Chagas, com quem formou o Trio de Ouro. Foi casada com Herivelto por 10 anos e com ele teve dois filhos e uma relação bastante conturbada, em que sofria constantes abusos.

Sucessos de Dalva de Oliveira

Após a separação, construiu uma carreira solo de sucesso, gravando mais de 15 discos e 400 canções, entre elas grandes clássicos como:

  • Ave Maria no Morro (de Herivelto Martins);
  • Segredo (Herivelto Martins/Marino Pinto);
  • Kalu (Humberto Teixeira);
  • Estrela do Mar (Marino Pinto/Paulo Soledade);
  • Olhos Verdes (Vicente Paiva);
  • e Que Será? (Marino Pinto/Mário Rossi).

Em 1949 – depois de se separar de HeriveltoDalva deixou o Trio de Ouro, quando excursionavam pela Venezuela com a Companhia de Dercy Gonçalves.

Em 1950, retomou a carreira solo, lançando os sambas: Tudo Acabado (J. Piedade / Osvaldo Martins) e o samba-canção Ave Maria (Vicente Paiva / Jaime Redondo), grandes sucessos da sua carreira, que tornou-se internacional a partir daí.

Dalva lançou 15 álbuns ao longo da carreira, realizou mais de 400 gravações e sua voz está em vários coros de discos de outros grandes nomes como Carmen Miranda, Orlando Silva e Francisco Alves.

O machismo predominante na época, que não aceitava que mulheres – quem dirá, mães! – trabalhassem como cantoras, fez com que Dalva de Oliveira enfrentasse muitos problemas para conseguir que seus filhos crescessem perto dela.

Era sempre acusada injustamente de ter “moral duvidosa” para ficar com a guarda dos filhos, e isso aconteceu quando se separou de seus dois primeiros maridos. Isso tudo levou muita tristeza para a vida da cantora, que mesmo com muito sucesso, nunca conseguiu ser completamente feliz.

O legado

A cantora morreu em 30 de agosto de 1972, aos 55 anos, vítima de uma hemorragia interna causada por um câncer esofágico. Dalva de Oliveira foi homenageada diversas vezes em desfiles de escolas de samba, e sua história foi contada em peças de teatro, documentários, livros e minissérie. 

Em sua cidade natal, Rio Claro, existe uma praça em sua homenagem com nome de Dalva de Oliveira, inaugurada em 15 de julho de 2000. No local existe um busto em bronze da cantora. Também foi inaugurada uma praça com o seu nome em Irajá, Rio de Janeiro, onde a cantora viveu.

Uma curiosidade: na primeira versão do filme Branca de Neve e os Sete Anões, da Disney, em 1938, Dalva de Oliveira dublou os diálogos da personagem Branca de Neve. Ela também dublou a Fada Azul, do Pinóquio, em 1940.

Beth Carvalho

Nascida em 5 de maio de 1946, no Rio de Janeiro, a cantora, compositora e instrumentista Beth Carvalho foi uma das maiores intérpretes de samba que o Brasil teve a honra de conhecer.

Com sua voz magistral e suas interpretações marcantes, ajudou a alçar voo grandes nomes do samba como:

  • Jorge Aragão;
  • Zeca Pagodinho;
  • Arlindo Cruz;
  • Almir Guineto;
  • e o Fundo de Quintal.

Além de resgatar e exaltar lendas do samba, ao gravar nomes como Cartola e Nelson Cavaquinho. Por essas e por outras, ganhou o apelido de Madrinha do Samba.

Beth Carvalho começou a fazer sucesso na década de 60 e a canção que a lançou ao estrelato foi Andança – de Edmundo Solto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi – com a qual ficou em 3º lugar no Festival Internacional da Canção, em 1968. Andança também foi título de seu primeiro LP, no ano seguinte.

Entre os principais sucessos em sua voz estão outros clássicos, como:

  • Vou Festejar (de Jorge Aragão, Dida e Neoci);
  • Coisinha do Pai (de Jorge Aragão, Almir Guineto e Luiz Carlos);
  • Acreditar (de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho);
  • e Mas Quem Disse Que Te Esqueço (de Dona Ivone Lara e Hermínio Bello de Carvalho).

Com reconhecimento nacional e internacional, Beth Carvalho completou 51 anos de carreira, gravou mais de 30 discos, recebeu diversas premiações, discos de ouro e de platina e foi homenageada por várias escolas de samba, apesar de declarar-se mangueirense de coração.

Beth Carvalho partiu em abril de 2019, aos 72 anos de idade, vítima de uma infecção generalizada, mas – antes – cantou como ninguém o samba de raiz em torno das mesas de quintais, nos terreiros e nas quadras das escolas do nosso carnaval. Sua relevância na contribuição da história do samba em nosso país é gigantesca e eterna.

Liminha

Nascido em 5 de maio de 1951, Arnolpho Lima Filho, o Liminha, é um dos maiores produtores musicais e baixistas do Brasil. 

Foi baixista de Os Mutantes entre os anos áureos da banda – de 1970 a 1975 – participando dos antológicos discos:

  • A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado;
  • Jardim Elétrico;
  • Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets;
  • Tecnicolor;
  • Hoje É o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida (creditado como álbum solo da Rita Lee);
  • e O A e o Z.

Como produtor musical, já atuou ao lado dos principais nomes da música popular brasileira de todos os tempos, como:

  • Ana Carolina;
  • Arnaldo Antunes;
  • As Frenéticas;
  • Barão Vermelho;
  • Blitz;
  • Caetano Veloso;
  • Charlie Brown Jr;
  • Chico Science & Nação Zumbi;
  • Cidade Negra;
  • Daniela Mercury;
  • Erasmo Carlos;
  • Fernanda Abreu;
  • Frejat;
  • Gabriel o Pensador;.
  • Gilberto Gil;
  • Ira!;
  • Jota Quest;
  • Jorge Mautner;
  • Jorge Ben Jor;
  • Kid Abelha;
  • Lulu Santos;
  • Marina Lima (a inesquecível linha de baixo de Fullgás é de Liminha);
  • Natiruts;
  • Os Paralamas do Sucesso;
  • O Rappa;
  • Skank;
  • Titãs;
  • Vanessa da Mata;
  • Ana Cañas, entre outros.

Com muitos desses nomes, também atuou como baixista ou guitarrista.

Também é compositor de grandes clássicos da nossa MPB, como:

  • Top Top (em parceria com Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Rita Lee);
  • Vamos Fugir;
  • Nos Barracos da Cidade (essa e a música acima em parceria com Gilberto Gil);
  • Ai, Ai, Ai…;
  • e Ainda Bem (essa e a canção acima com Vanessa da Mata).

Liminha ficou em 99° lugar na lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira promovida pela revista Rolling Stone, em 2008.

Wilson Sideral

O cantor, compositor, guitarrista e produtor musical mineiro Wilson Sideral completa 48 anos neste 5 de maio de 2023. 

Vindo de uma família bem musical – é irmão de Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest e primo de Marcus Menna, ex-vocalista do LS Jack. Sideral mistura elementos do rock, soul, MPB e blues em sua música.

Com cinco álbuns de estúdio lançados, o EP Digital #Singles, e os volumes 1 e 2 do Projeto Especial Tropical Blues – onde o artista relê grandes clássicos da música brasileira em versões blues – Sideral também participa do tributo Flausino e Sideral cantam Cazuza, em parceria com seu irmão.

É autor de sucessos da banda Jota Quest como: Fácil (composto em parceria com Rogério Flausino) e Na Moral (Rogério e Marco Túlio).

Parabéns!

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