Mais de 80 mil pessoas aguardam na fila por um transplante no Brasil. No primeiro semestre de 2025, o país bateu recorde, com 14,9 mil transplantes realizados — o maior número da história. Mesmo assim, quase metade das famílias ainda dizem não à doação, o que limita a quantidade de vidas salvas.
Para enfrentar esse desafio, o Ministério da Saúde lançou neste mês uma campanha inédita com o lema:
“Você diz sim, o Brasil inteiro agradece”
A iniciativa vem acompanhada do PRODOT – Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, que busca valorizar as equipes hospitalares responsáveis por identificar doadores, acolher familiares e organizar toda a logística da captação. Pela primeira vez, esses profissionais terão incentivos financeiros baseados em metas e indicadores de qualidade, como o aumento no número de doações efetivas.
Além disso, foi criada a Política Nacional de Doação e Transplantes (PNDT), que reforça princípios como ética, transparência, gratuidade e anonimato no processo de doação pelo SUS.

Como funciona a doação?
A doação é possível em casos de morte encefálica — quando o cérebro para de funcionar de forma irreversível — e só acontece com a autorização da família. Em situações de parada cardiorrespiratória, apenas as córneas podem ser doadas.
Podem ser doados:
• Órgãos: coração, pulmões, pâncreas, fígado, rins, intestino e até útero
• Tecidos: córneas, pele, ossos e válvulas cardíacas
As principais causas de morte encefálica são:
• Traumatismo craniano
• Acidente vascular cerebral (derrame)
• Encefalopatia anóxica (quando falta oxigênio para o cérebro)
O que é importante saber?
✅ Pessoas de qualquer idade podem ser doadoras (com limites para alguns órgãos)
✅ Não é preciso cadastro ou documento — basta manifestar seu desejo em vida e avisar a família
✅ O procedimento não traz custo para a família
❌ A retirada dos órgãos não causa deformação no corpo. Cuidado com fake news!
Situações que impedem a doação incluem doenças infecciosas graves (como HIV, hepatites, Chagas e tuberculose), meningites virais e alguns tipos de câncer.
Todos os órgãos são destinados a pacientes cadastrados na lista nacional de espera, respeitando critérios técnicos e de compatibilidade.
Liderança mundial
O Brasil ocupa hoje a 3ª posição no mundo em número de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Mas é o único entre os três a realizar a maior parte dos procedimentos integralmente pelo sistema público de saúde.
🔆 Neste Dia Nacional da Doação de Órgãos, o recado é claro: converse com sua família e manifeste sua vontade. Um “sim” pode salvar até quatro vidas e transformar a dor em esperança. Fonte: Ministério da Saúde e ABTO.



