Entre 30% e 40% das mulheres apresentam diminuição do desejo sexual em algum momento da vida. O que muita gente ainda não sabe é que a qualidade do sono pode estar diretamente relacionada a esse sintoma. Dormir mal, além de impactar o humor e a disposição, também pode afetar a saúde sexual feminina de forma significativa.
Um estudo norte-americano recente, publicado na revista Urology e baseado em dados de mais de dois milhões de mulheres, revelou uma associação clara entre distúrbios do sono — como apneia, insônia e alterações do ritmo circadiano — e disfunção sexual. A constatação reforça o que já se percebe no dia a dia: uma boa noite de sono pode trazer múltiplos benefícios, inclusive na vida íntima.
Segundo a ginecologista Dra. Ana Horovitz, condições como ansiedade, depressão, doenças pulmonares, uso de substâncias estimulantes ou ambientes inadequados para dormir podem prejudicar o ciclo do sono e, por consequência, o equilíbrio hormonal e o desejo sexual. “O sono reparador é essencial para a produção de hormônios que regulam o bem-estar físico e emocional. Quando ele falha, tudo ao redor tende a falhar também, inclusive o interesse sexual”, afirma.

Cuidados simples que fazem a diferença
Manter uma rotina de sono saudável, também conhecida como higiene do sono, pode ser um passo importante para recuperar o desejo sexual e melhorar a qualidade de vida. Ter horários regulares para dormir e acordar, praticar exercícios regularmente (mas não nas horas próximas ao sono), manter o quarto escuro e silencioso, e adotar rituais relaxantes antes de dormir são estratégias eficazes.
Evitar estimulantes como cafeína e nicotina, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e não exagerar na alimentação à noite também ajudam a promover um descanso mais profundo. “É importante observar o padrão de sono e conversar com um médico caso existam sinais como ronco intenso, despertares frequentes ou sonolência durante o dia. Algumas situações podem exigir tratamento específico, como no caso da apneia”, explica a especialista.
Em alguns casos, o uso de fitoterápicos ou da melatonina pode ser indicado como auxílio temporário, sempre com orientação médica. A chave está em reconhecer o sono como um componente essencial da saúde — inclusive da saúde sexual.
Reavaliar a rotina noturna pode ser o primeiro passo para restaurar o equilíbrio emocional, a disposição e a intimidade. Dormir bem é mais do que descanso: é autocuidado com reflexos em todas as esferas da vida.



