‘Empretecendo’, álbum que une Xande de Pilares e Neguinho da Beija Flor

Xande de Pilares e Neguinho da Beija Flor dispensam apresentações. Dois dos nomes mais celebrados do samba, gênero musical mais popular do país, resolveram se unir para lançar “Empretecendo”, uma homenagem ao grande intérprete da Sapucaí, que este ano atravessou o altar dos bambas ao microfone pela derradeira vez, arrematando trajetória de meio século à frente da sua escola.

A MPB – de Música Preta Brasileira – acaba de ganhar uma joia lapidada nas melhores rodas de samba e no maior palco da nossa cultura. “Empretecendo” é um álbum que acaba de chegar as plataformas digitais com 19 faixas e 25 músicas, quatro delas inéditas. As gravações começaram no segundo semestre de 2024 e cruzaram a temporada carnavalesca, consumando-se como primeiro trabalho de Neguinho no pós-avenida.

O decano dos intérpretes da Passarela, inventor das assinaturas sonoras “Olha a Beija-Flor aí, gente” e “Chora, cavaco”, e o homem do “É Deus que aponta a estrela que tem que brilhar” convidaram outros sambistas para se engajar à reverência. Ferrugem, Zeca Pagodinho, Teresa Cristina, Pique Novo, Renato da Rocinha, Andrezinho do Molejo, Helinho do Salgueiro, Swing e Simpatia, Revelação e Vando Oliveira ampliam a paleta de estilos com participações em 10 das 19 composições – para mostrar, de novo, que a Música Preta é um potente caldeirão de diversidade.

Foto: Divulgação.

Xande de Pilares revela que criou o “Empretecendo” como um réquiem em vida a um de seus grandes ídolos e, inicialmente, seria apenas produtor. “A ideia nasce pela importância de pessoas como o Neguinho na minha vida. Não só ele, mas Zeca, Mussum, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Nei Viana, Dominguinhos do Estácio, Aroldo Melodia, Pedrinho da Flor e Jamelão, entre outros”, lista.

Com a revelação de que seria o último ano do intérprete na Beija-Flor, e a consequente barafunda na agenda dele, o destino deu outro rumo ao projeto. Xande funcionou como cantor das bases, e o resultado da parceria ficou espetacular. Os dois artistas, então, decidiram cantar juntos todas as músicas – e o álbum virou um dueto. “Gravei um disco com meu ídolo Neguinho da Beija-Flor”, exalta o inventor da ideia.

De seu lado, o homenageado embarcou no projeto “Empretecendo” de cabeça. Dividiu as gravações com os shows e os ensaios da escola, que terminou campeã em seu último ano de intérprete (assim como foi na estreia, em 1976, o do “Sonhar com Rei Dá Leão”). “Nem nos meus melhores sonhos imaginaria um presente desses, que me foi dado por meu compadre Xande de Pilares”, festeja Neguinho. “A alegria dessa nova parceria está pelo disco todo. Muita felicidade! Mas é aquilo: quem sabe rezar não xinga Deus”, brinca o cantor.

Foto: Divulgação.

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