O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniram recentemente para discutir possíveis soluções para o conflito na Ucrânia. No entanto, o resultado do encontro não trouxe avanços concretos. A Rússia continua atacando a infraestrutura ucraniana, o que levanta dúvidas sobre o real impacto da conversa.
O professor Vladimir Feijó, especialista em Relações Internacionais da Faculdade Arnaldo, comentou sobre o tema no Jornal Novabrasil, apresentado por Heródoto Barbeiro. Segundo ele, “os termos propostos por Trump dificilmente seriam aceitos por Putin, já que envolvem a interrupção do serviço militar obrigatório ucraniano e o fim do apoio ocidental ao país”.
Por que a Rússia continua os ataques?
Apesar do encontro, a Rússia não interrompeu suas operações militares na Ucrânia. De acordo com Feijó, Putin estabeleceu três exigências principais para considerar um acordo de cessar-fogo:
O compromisso de que a Ucrânia não entre na OTAN;
A mudança do governo de Volodymyr Zelensky, considerado pelo Kremlin como “anti-Rússia”;
O fim dos ataques ucranianos contra territórios russos.
“A Rússia busca garantias de que a Ucrânia não será uma ameaça existencial para seu território”, explicou Feijó. No entanto, a Ucrânia considera essas exigências inaceitáveis, mantendo sua posição de resistência.
A escalada do conflito e o risco global
O conflito segue sem sinais de resolução, e as tensões aumentam. Relatos apontam que os ataques russos continuam, principalmente contra infraestruturas estratégicas. Ao mesmo tempo, a Ucrânia segue recebendo armamento de aliados ocidentais para se defender.
Feijó destacou a gravidade da situação. “Esse conflito mantém o mundo em estado de alerta, com risco de escalonamento para uma guerra ainda maior ou até mesmo o uso de armas nucleares”, afirmou.
O impacto na Europa e no Ocidente
A guerra na Ucrânia também provoca reflexos políticos e econômicos na Europa. Segundo o especialista, muitos governos estão debatendo seu envolvimento no conflito e a melhor forma de lidar com a ameaça russa. Países como Polônia e as nações bálticas temem que Moscou avance além da Ucrânia.
“A Rússia é historicamente um império e, para muitos vizinhos, representa uma ameaça real. Esses países temem pela sua soberania e buscam reforçar alianças com o Ocidente”, explicou Feijó.
O que esperar dos próximos passos?
Mesmo sem um acordo imediato, a reunião entre Trump e Putin pode abrir caminho para futuras negociações. Trump tem adotado um discurso mais alinhado à Rússia, reconhecendo que a segurança do país é um fator central para qualquer tentativa de paz.
Por outro lado, Feijó acredita que o conflito ainda deve se prolongar. “Até lá, ambos os lados seguirão tentando ganhar vantagem militar. A Rússia continuará avançando no território ucraniano, enquanto a Ucrânia buscará mais apoio internacional”, concluiu.