Quando você escuta o nome “Esperando na Janela”, qual é a música que imediatamente vem à sua mente?
Pois você sabia que no mesmo ano, lá em 2000, foram lançadas duas músicas diferentes com esse mesmo nome? Uma delas sucesso na voz do veterano Gilberto Gil, e a outra primeiro hit de uma banda até então desconhecida chamada Cogumelo Plutão?
Exatamente! O ano era 2000 e o sucesso “Esperando na Janela“, estourava na voz de Gilberto Gil. Mas você sabia que essa não é uma composição do gigante baiano, patrimônio vivo da nossa música?
“Esperando na Janela“, na verdade, foi composta pelo sanfoneiro, cantor e compositor pernambucano radicado na Bahia, Targino Gondim, em parceria com Manuca Almeida e Raimundinho do Acordeon. Targino a lançou em um álbum independente de mesmo nome – “Esperando na Janela” em 1999.
Foi quando a atriz Regina Casé descobriu a canção quando estava gravando o filme “Eu, Tu, Eles”, dirigido por Andrucha Waddington, e eles resolveram incorporar “Esperando na Janela” na trilha do filme, com a interpretação de Gilberto Gil, que caiu como uma luva para a canção.
Lançado em 2000, o filme foi um sucesso, bem como a música, que passou a tocar nas rádios de todo o país. Inspirado em uma história real, “Eu, Tu, Eles” conta a história de uma mulher e seus três maridos e venceu o Grande Prêmio Brasil de Cinema como “Melhor Filme” e “Melhor Atriz” (Regina Casé).
Em 2001, “Esperando na Janela” venceu o Grammy Latino como “Melhor Música Brasileira”.
O que pouca gente se lembra é que, no mesmo ano, uma outra canção, com o mesmo nome, estourou nas rádios de todo o país: a banda de rock formada em Brasília, Cogumelo Plutão, lançou uma canção que entrou para as paradas de sucesso no Brasil inteiro em seu álbum de estreia: “Biblioteca de Sonhos”, também de 2000.
O nome da música? “Esperando na Janela”, composta pelo vocalista Blanch Van Gogh. Quem se lembra dessa?
Durante seis meses a canção – que foi incluída na trilha sonora da novela “Laços de Família”, da TV Globo – ficou no Top 10 de todas as rádios do Brasil.
Em 2004, a canção foi regravada pela dupla sertaneja Rionegro & Solimões no álbum “De Bem com a Vida”, versão essa que também estourou nas paradas do mesmo ano. No ano seguinte, foi regravada também pela dupla César Menotti & Fabiano, no álbum “Palavras de Amor — Ao Vivo”.
A banda Cheiro de Amor também fez uma versão axé da música, em 2009. Até a Angélica gravou sua versão da música em 2001.
O compositor de canção, Blanch, que sofreu um aneurisma pouco depois do sucesso da banda e fez com que eles entrassem em um hiato e voltassem a se reunir algumas vezes depois disso, contou em entrevistas que – apesar das pessoas acreditarem que a canção foi escrita para um amor romântico – ela foi escrita sobre sua relação com Deus.