Mesmo longe de Paraty, é possível acompanhar grandes momentos da Flip 2025 diretamente de casa. Um dos destaques da sexta-feira (1/8) é a mesa “Vide o verso”, às 10h, com Alice Ruiz, Claudia Roquette-Pinto e Marília Garcia, em uma celebração da poesia brasileira mediada por Fernando Luna.
No mesmo dia, às 15h, Giovana Madalosso e Liv Strömquist conversam na mesa “Tudo que desabrocha” sobre o papel da mulher e os afetos na vida contemporânea, com mediação de Nanni Rios. Às 17h, o historiador Ilan Pappe será o único convidado da mesa “Breve história do longo conflito”, debatendo a crise na Palestina sob mediação de Arlene Clemesha.
No sábado (2/8), a Flip segue intensa. Às 10h, Nei Lopes é o convidado da mesa “Senhora Liberdade”, em um diálogo profundo sobre identidade, história e cultura negra, conduzido por Luiz Antonio Simas. E para fechar o dia com intensidade e reflexão, às 19h, Rosa Montero participa da mesa “A ridícula ideia de estar lúcida”, abordando literatura, criação e o cruzamento entre realidade e ficção, com mediação de Paulo Roberto Pires. Essas mesas podem ser acompanhadas ao vivo pelo canal da Flip no YouTube e na TV Arte1.
Autor homenageado: Paulo Leminski
Paulo Leminski (1944–1989), é o autor homenageado da 23ª edição da Flip. Ele foi um dos poetas mais inventivos e irreverentes da literatura brasileira do século 20. Nascido em Curitiba, sua obra atravessa a poesia concreta, o haicai, a publicidade, a música popular e a prosa experimental.

O poeta Paulo Leminski | Foto: Reprodução
Leminski desafiou convenções ao misturar rigor formal com linguagem coloquial, filosofia oriental com cultura pop, trazendo ao poema a espontaneidade do cotidiano e o peso das grandes questões existenciais. Sua escrita veloz, fragmentária e pulsante conquistou leitores diversos e permanece atual, influenciando novas gerações de poetas, músicos e artistas.
Além da poesia, Leminski também atuou como tradutor, ensaísta, biógrafo e letrista. Publicou obras como Caprichos e relaxos, Distraídos venceremos e Catatau, um romance-labirinto que colocou Descartes em pleno sertão nordestino. Ao homenageá-lo, a Flip celebra não apenas um nome central da literatura contemporânea, mas também uma visão libertária e múltipla da criação artística. Leminski acreditava que “a poesia é uma arma carregada de futuro” — e seu legado continua a ecoar com força, convidando o público a pensar, rir e se emocionar com as possibilidades da linguagem.




