No riquíssimo universo da música brasileira, poucos nomes ressoam com tanta autenticidade e paixão quanto Geovana, a notável sambista cuja vida e obra se entrelaçam em uma sinfonia de experiências, resiliência e triunfos.
A veterana artista não apenas testemunhou as mudanças do cenário musical ao longo das décadas, mas também contribuiu de maneira significativa para a riqueza cultural do país. É sob a égide do lema “Faça certo que dá certo”, herdado de seu amigo Padeirinho da Mangueira, que Geovana não apenas encarou as feridas do passado, mas também encontrou forças para embalar o presente com cura e novos projetos.
Neste texto, vamos explorar não apenas sua carreira musical de cinco décadas, mas também os momentos cruciais que moldaram a mulher por trás da música. Desde os palcos do Teatro Opinião nos anos 1960 até a renovação artística nos anos 2000, Geovana se revela não apenas como uma intérprete magistral, mas como uma mulher de garra, ressurgindo das sombras do ostracismo para se firmar como uma das deusas negras do samba-rock.
A vida e obra de Geovana
“Faça certo que dá certo” é mais do que um lema para a talentosa Geovana; é um mantra que a conduz por uma jornada de vida repleta de desafios, superações e, acima de tudo, uma paixão inabalável pela música. Nascida em 14 de junho de 1948, no Rio de Janeiro, a artista tem, atualmente, 75 anos e emerge como uma figura marcante na história do samba, deixando um legado que transcende gerações.
Geovana, também conhecida como Gegê, trilhou seu caminho desde a década de 1960, participando das noites do Teatro Opinião ao lado de lendas como Silas de Oliveira, Dona Ivone Lara, Ismael Silva e João da Baiana. A vitória na Bienal de Compositores, em 1971, com “Pisa nesse chão com Força”, marcou seu ingresso triunfante no cenário musical nacional. O ápice veio em 1975 com o lançamento de seu primeiro LP, “Quem Tem Carinho me Leva”, um trabalho que se tornaria uma referência nos bailes de samba-rock e na música brasileira.
O disco, recheado de clássicos como “Tataruê” e “Amor dos Outros”, revela a maestria de Geovana em fundir sua voz única com arranjos marcantes. Mesmo com a resistência da gravadora à época, Gegê persistiu, deixando sua marca na música brasileira. Seu legado não se resume apenas às canções, mas à determinação em seguir sua paixão, mesmo diante das adversidades.
Carreira e principais sucessos
O recomeço, nos anos 2000, foi um capítulo crucial na vida de Geovana. O período de ostracismo e as dificuldades a levaram a mudar-se para São Paulo. Sua resiliência a levou a diferentes trabalhos, desde reciclagem até segurança em uma casa de festas. Foi ao mergulhar no cenário do samba paulistano que Geovana reencontrou sua essência.
Madrinha do Batalhão da Vagabundagem, movimento dedicado a preservar as tradições do partido alto, Geovana viu sua carreira renascer. O terceiro álbum, “Brilha Sol”, financiado coletivamente e lançado em 2020, é um testemunho de sua volta triunfal. Com elegância e talento, o disco apresenta um repertório autoral inédito e colaborações de destaque, solidificando sua posição como uma das grandes vozes do samba.
O sucesso de Geovana não se mede apenas por números, mas pela qualidade de suas obras. Seu legado musical está intrinsecamente ligado à sua capacidade de reinvenção e à fusão de estilos que ecoam nas mentes e corações dos ouvintes.
Relembre alguns dos sucessos da sambista:
A Cura
A canção “A Cura” faz parte do álbum “Brilha Sol” (2020). Confira:
Amor do Outros
“Amor dos Outros” é uma das canções que compõem o álbum “Quem Tem Carinho Me Leva”(1975). Relembre:
Maitá
Mais uma canção de sucesso do álbum “Quem tem Carinho Me Leva” é “Maitá”. Ouça a música:
Fala de Amor
“Fala de Amor” também faz parte do disco “Brilha sol” e foi gravada com Fabiana Cozza. Confira:
Negro Azul da Noite
“Negro Azul da Noite” também está entre os sucessos de Geovana do álbum “Quem Tem Carinho Me Leva”. Relembre a canção:
O legado da sambista Geovana
Geovana deixou e continua deixando um legado não só no samba mas na música e cultura brasileira como um todo. Com anos de carreira e sucessos, ela continua conquistando gerações e contribuindo para nossa cultura.
Em cada nota, em cada palavra, Geovana imortalizou a essência vibrante e multifacetada da música brasileira. Seu legado não é apenas uma herança para os amantes do samba; é um chamado para que todos nós abracemos a autenticidade, resistência e beleza que permeiam a rica cultura do Brasil. Que o legado de Geovana ecoe, assim como suas melodias, na eternidade da música e na memória daqueles que têm o privilégio de serem tocados por sua arte singular.
E, para mais conteúdos que valorizam o melhor da cultura brasileira, não deixe de acompanhar a Novabrasil!
