Em 1980, Gilberto Gil se uniu ao ícone jamaicano Jimmy Cliff para uma turnê nacional que atraiu multidões e consolidou o reggae no país. A parceria levou os dois artistas a palcos em Salvador, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com destaque para um show épico na Fonte Nova, em Salvador — cerca de 60 mil pessoas, segundo relatos.
A afinidade entre Gil e Cliff ia além do palco. A conexão cultural e negra foi uma das motivações do encontro: nos bastidores, Cliff comentou que, no Brasil, a divisão racial era menos evidente que a desigualdade econômica, e que o reggae poderia ajudar a dar voz a comunidades marginalizadas.
Além dos shows, a dupla gravou um especial de TV para a Globo, parte da série “Grandes Nomes”, com um repertório variado — sucessos de Gil como Realce e Toda Menina Baiana, e de Cliff como Wonderful World — culminando em um dueto emocionante de No Woman, No Cry.
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Cartaz da turnê de Jimmy Cliff e Gilberto Gil, em 1980 — Foto: Reprodução
Jimmy Cliff e Titãs
Jimmy Cliff teve uma participação marcante no Acústico MTV dos Titãs, lançado em 1997. O músico jamaicano se juntou à banda para interpretar “Querem Meu Sangue”, versão brasileira de “The Harder They Come”, eternizada por Cliff. Sua presença trouxe um acento ainda mais forte de reggae ao projeto, criando um momento vibrante e emotivo que se tornou um dos pontos altos do álbum e do especial exibido pela MTV.
A colaboração também simbolizou o diálogo musical entre o rock brasileiro e a música jamaicana, algo que sempre influenciou o som dos Titãs. A energia de Cliff no palco, somada aos arranjos acústicos da banda, deu novo frescor à canção e ajudou a consolidar o Acústico MTV como um dos projetos mais importantes da carreira dos Titãs e um marco da música brasileira nos anos 1990.



