História da música “Natasha”, do Capital Inicial, no aniversário de Dinho Ouro Preto

Hoje é o aniversário do cantor e compositor Dinho Ouro Preto e – para homenageá-lo – trouxemos a história da música “Natasha”, um dos maiores sucessos da sua banda Capital Inicial.

Sobre Dinho Ouro Preto

Cantor e compositor, Dinho Ouro Preto é vocalista e líder da banda Capital Inicial desde 1983 – quando tinha apenas 19 anos – com uma pequena pausa entre os anos de 1993 e 1998, quando esteve em carreira solo. 

O retorno da banda rendeu um dos discos de maior sucesso da história do Capital: o Acústico MTV, no ano 2000.

Nascido em Curitiba, Dinho (apelido de Fernando, Fernandinho, Dinho!) mudou-se para Brasília ainda criança, por conta do trabalho do seu pai, que era Embaixador. 

Foi na Capital Federal que começou a dar os seus primeiros passos na música, aos 12 anos, quando conheceu o rock’n roll por meio de seus amigos e companheiros de cidade: ninguém mais ninguém menos que Herbert Vianna e Bi Ribeiro, que – mais tarde – formariam outra banda da mesma geração, Os Paralamas do Sucesso.

Dinho também é meio irmão de um integrante de outra banda muito importante da nossa música brasileira: Dado Villa Lobos, guitarrista da Legião Urbana. Eles moraram juntos em Brasília, depois que seus pais foram trabalhar fora do país. 

Nesta época, Dinho era muito amigo e fã de Renato Russo, que, antes de ser vocalista da Legião Urbana, formava com e Flávio Lemos – hoje baterista e baixista do Capital – o Aborto Elétrico

Ou seja: um rico caldeirão artístico e musical vindo de Brasília e que transformou para sempre a história da música brasileira e principalmente a cena do rock no nosso país. 

E Dinho Ouro Preto é parte importantíssima dessa história, com suas canções e interpretações viscerais, nos presenteando com diversos sucessos  presentes em quase 20 discos com a banda – o último comemorando 40 anos de Capital Inicial, em 2022 – e quatro álbuns solo.

Entre eles esses sucessos: 

  • Independência (de Fê e Flávio Lemos, Loro Jones, Bozzo Barretti e Dinho Ouro Preto); 
  • À Sua Maneira (versão de Dinho para a canção De Música Ligeira, de Gustavo Cerati e Zeta Bosio); 
  • Fogo (Dinho e Bozzo Barretti); 
  • Primeiros Erros (Chove) (de Kiko Zambianchi)
  • O Passageiro (versão de  Dinho e Bozzo Barretti para a música The Passenger, de Iggy Pop e R. Gardiner); 
  • Eu Vou Estar (Dinho e Alvin L)
  • Não Olhe Pra Trás (Dinho e Alvin L)
  • Olhos Vermelhos (Dinho e Alvin L);
  • Natasha (Dinho e Alvin L, sobre a qual conheceremos a história hoje)
A banda Capital Inicial | Foto: Leo Aversa/Divulgação

História da música “Natasha”, do Capital Inicial

Dinho Ouro Preto contou em um vídeo no canal da banda no Youtube, que a composição da música “Natasha” surgiu em meio aos ensaios para a gravação do álbum “Acústico MTV Capital Inicial”, em 2000.

Os ensaios eram no mesmo teatro em que o álbum veio a ser gravado, no Teatro Mars, no bairro do Bixiga, em São Paulo. Foi um mês inteiro de ensaio, em que os membros da banda passavam o dia inteiro dentro do teatro. 

Em paralelo a isso, Dinho e seu parceiro de composição há mais de 30 anos, o músico e compositor Alvin L., estavam se reunindo constantemente na casa do vocalista do Capital Inicial em sessões de composição, para ver se de lá saía mais alguma canção para entrar no álbum. 

No fim das sessões de ensaio, faltando poucos dias para a gravação do álbum, o produtor do disco – Marcelo Sussekind – perguntou para os integrantes da banda se eles tinham mais alguma sugestão de música para o álbum. Foi aí que Dinho mostrou “Natasha”, sua composição com Alvin L.

Marcelo amou a música e a inseriu no disco “nos 45 minutos do segundo tempo”, o que é uma grande alegria para o Dinho, que gosta muito da canção e percebe que ela tornou-se um imenso sucesso e um símbolo da liberdade feminina.

No vídeo, Dinho Ouro Preto conta que – um pouco antes disso – estava vivendo um período de muitos excessos generalizados, “uma das épocas mais punks” da sua vida: ele frequentava clubes de música eletrônica na noite paulistana, passava a madrugada em claro, trocava a noite pelo dia, “uma época meio barra pesada” da vida dele.

Nesta fase, os membros originais do Capital Inicial – Dinho, Fê e Flávio Lemos e Loro Jones – estavam afastados: a banda tinha sido fundada em 1982, atingido o auge do sucesso nos anos 80, até que divergências musicais e pessoais levaram Dinho a sair em carreira solo, em 1993.

Enquanto isso, o Capital Inicial, agora com Murilo Lima nos vocais, lançou os álbuns “Rua 47″, em 1995, e “Capital Inicial Ao Vivo”, no ano seguinte.

Em março de 1998, depois do lançamento do álbum “O Melhor do Capital Inicial”, os quatro integrantes originais decidiram voltar aos palcos e à estrada com um novo show: uma comemoração aos 15 anos da banda.

Em 1999, surgiu a ideia de fazer um disco ao vivo, juntando novos e antigos sucessos. Rapidamente esta ideia se transforma no projeto de um disco acústico, em parceria com a MTV Brasil. 

Lançado em 26 de maio de 2000, o álbum é o segundo ao vivo e o primeiro DVD da carreira da banda e foi um grande sucesso comercial (três vezes disco de platina), marcando o ressurgimento da banda no cenário nacional.

Mas, voltando ao período delicado que Dinho Ouro Preto estava passando antes do retorno da banda, ele conta que compôs “Natasha” pensando não só em uma mulher, mas “uma combinação de vários desses seres noturnos, desses ‘vampiros’ da noite de São Paulo dos anos 90. Cada estrofe é sobre uma menina diferente.”.

Uma outra curiosidade que Dinho traz no vídeo é que a parte da música em que entra um coro, foi uma homenagem ao músico norte-americano Lou Red e sua canção “Walk on the Wild Side”, de 1972, que tem um coro muito parecido.

Dinho também conta que ele e Alvin L. colocaram várias vezes o número 7 na canção:

“Tem 17 anos e fugiu de casa”

“Às sete horas da manhã no dia errado”

“Tem sete vidas mas ninguém sabe de nada”

E aí, gostou de saber a história da música “Natasha”, no aniversário de Dinho Ouro Preto?

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