A chegada de um novo disco de Lenine sempre movimenta a música brasileira — e EITA, lançado há duas semanas, reafirma o artista como uma das vozes mais inventivas do país. Dez anos depois de “Carbono”, o pernambucano retorna com um álbum intenso, plural e profundamente conectado ao tempo presente. O título, uma exclamação tão brasileira, sintetiza o impacto emocional das faixas, que percorrem temas como encantamento, espanto, indignação e esperança, sempre guiados pela poesia afiada que marca sua obra.
Em entrevista exclusiva ao programa Vozes da Vez, Lenine detalhou o processo de criação do disco, revelando que EITA nasceu da necessidade de olhar o mundo com sinceridade e de transformar inquietações em música. “Um disco dedicado ao Nordeste, o Nordeste que salvou o Brasil do caos absoluto”, explica. Com produção de Bruno Giorgi, o álbum traz um trabalho minucioso de texturas sonoras, mesclando eletrônica, regionalismo e arranjos que evocam a assinatura inconfundível do artista.
Ao longo da conversa, eu tentei conduzir o artista a um mergulho afetivo em sua trajetória, relembrando seus 40 anos de carreira e sua contribuição para a música brasileira contemporânea. Lenine falou sobre o desejo de continuar experimentando, sobre parcerias essenciais e sobre como a maturidade abre espaço para novas ousadias. “O que me move é a curiosidade e tudo que eu faço é pensando no coletivo”, disse ele.
No Vozes da Vez, EITA se revelou não apenas um disco, mas um estado de espírito — a materialização sonora de um artista que segue atento, livre e completamente comprometido com a beleza de criar. E, como sempre acontece quando Lenine lança um novo trabalho, a música brasileira agradece.
O Vozes da Vez vai ao ar todo domingo, sempre às 20h, em toda rede Novabrasil. Depois que vai ao ar, o programa ganha o formato podcast com a entrevista completa e sem edição e fica disponível em todos os aplicativos de música.



