Sentiu um caroço macio sob a pele? Pode ser um lipoma — tumor benigno de gordura que acomete cerca de 1 em cada 100 pessoas no mundo. Apesar de inofensivo na maioria dos casos, esse nódulo silencioso pode gerar dúvidas, desconforto estético e, em situações específicas, até exigir cirurgia.
Geralmente discreto, mas nem sempre inofensivo
O lipoma é um nódulo subcutâneo, de crescimento lento, que costuma aparecer nas costas, braços ou pescoço. É mole, indolor e desliza facilmente sob a pele. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, é um dos tumores cutâneos mais comuns no país, especialmente entre os 40 e 60 anos.
“Na maioria dos casos, o lipoma não causa dor nem risco de complicações. Mas, se crescer muito, atingir nervos ou causar incômodo estético, pode ser indicado retirá-lo”, explica o cirurgião geral Dr. Patrizio Morisson.
Embora a maioria dos lipomas tenha entre 2 e 5 centímetros, há relatos de lipomas gigantes — com mais de 10 centímetros ou 1 quilo — que exigem cirurgia mais ampla.
Quando é hora de procurar um especialista
Segundo o médico, é fundamental investigar caroços que:
- crescem rapidamente
- ultrapassam 5 cm de diâmetro
- provocam dor, deformidade ou alterações de movimento
- apresentam consistência endurecida ou aspecto irregular
- estejam aderidos a tecidos profundos ou causem inflamações
O diagnóstico costuma ser clínico, mas pode envolver exames como ultrassom, tomografia, ressonância ou, raramente, biópsia — especialmente para afastar a possibilidade de um lipossarcoma, tumor maligno mais raro.
Cirurgia é simples e eficaz
A retirada do lipoma é feita com anestesia local e baixa taxa de complicações. “Quando o lipoma é encapsulado e removido por completo, a chance de recorrência é inferior a 2%”, afirma Morisson. Em casos selecionados, a lipoaspiração pode ser considerada, mas não é o método preferido por não permitir análise laboratorial da lesão.
Não existem formas conhecidas de prevenção, mas a boa notícia é que os lipomas são quase sempre benignos e não evoluem para câncer. A recomendação é clara: diante de qualquer nódulo persistente ou crescente, procure um profissional. Avaliar é sempre o melhor caminho — até mesmo quando o problema parece pequeno.



