Apaixonadas pela palavra, as paulistanas Luz Ribeiro e Mel Duarte são poetas, performers, atrizes e produtoras culturais. Nas páginas, nas ruas, ou nos palcos, elas amplificam ideias e sentimentos, e ganharam destaque no cenário da literatura nacional a partir da poesia falada.
Com mais de 10 anos de amizade, as artistas se conheceram nos saraus que participavam pela cidade. O encontro e identificação resultou em parceria e um coletivo juntas chamado Poetas Ambulantes, que permanece em atividade.
Luz e Mel também integraram o Slam das Minas SP, uma baralha de poesia autoral onde apenas a palavra e o corpo são instrumentos. Quanto mais projetos participaram, mais fortificada a conexão.
Até que decidiram ser o momento de uma parceria conjunta, o Stand up poetry.
‘Stand up poetry’: o espetáculo de Mel Duarte e Luz Ribeiro que coloca a mulher negra no centro do debate sobre o riso e a poesia
Dirigido por Naruna Costa, Mel Duarte e Luz Ribeiro trazem uma série de questões para o palco ao falar sobre riso, poesia e mulheridades:
- Quantas vezes você viu uma mulher negra sorrir?
- Você já sorriu para uma mulher negra?
- Você já sorriu com uma mulher negra?
- Você já riu de uma mulher negra?
Marcadas pela perspectiva da palavra falada ou spoken word – e suas poéticas –, as artistas constroem um lugar em que mulheres negras podem se permitir sentir e viver a leveza.
Profetizando gritos do presente, praguejando e abençoando o futuro e impregnando palavras no tempo, garantindo a futuridade, o espetáculo se apresenta como um amálgama entre o sarau, o teatro e a música, sem se limitar pelas especificidades de tais linguagens.
Partindo da premissa de quem historicamente foi o motivo do riso, a mulher negra anseia rir por último para rir melhor, rir por último para rirmos todas.
“A gente sabe a potência que as palavras tem.”
Em conversa com Adriana Couto, as artistas refletem o quanto a palavra, o riso ou a arte em si tem poder transformador:
“Essa chance de rir do que que já foi mazela a ponto de reconfigurar, de transformar e de chegar em outras pessoas, seja por esse marcador racial, ou seja, nesse lugar de friccionar a raça pra que a gente possa caminhar e melhorar as condições do cenário atual”.
Ouça o episódio na íntegra:
Sobre o ‘+Preta’
+PRETA coloca no dial da Novabrasil músicas cantadas e/ou compostas por artistas negros e negras brasileiras de diferentes gerações. O programa embarca na diversidade da produção contemporânea, mas não perde a chance de apresentar clássicos e raridades.
Sem preconceitos e com muito afeto o +PRETA celebra a beleza e força criativa da música brasileira a partir da experiência de uma pessoa negra.
A cada edição, um/uma artista, personalidade, ou intelectual negra divide com o público suas memórias musicais + pretas em quadros especiais como: o samba da vida, a música da família, o som revolucionário, o hit que inspirou uma mudança.
No comando do microfone, a apresentadora Adriana Couto, uma das profissionais mais conhecidas do jornalismo cultural.
Confira a playlist oficial do programa: