Milton Bituca Nascimento é o documentário que parte da turnê de despedida de Milton Nascimento, um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, para entender a complexidade de sua obra e da alma brasileira.
O longa chegou ontem aos cinemas de todo o Brasil propondo aos espectadores uma pergunta aparentemente simples, mas capaz de fomentar uma reflexão profunda: como explicar o fascínio que o músico causa no Brasil e no mundo com sua obra? O que o artista tem – e, consequentemente, suas composições e performances também – que gera um laço tão forte com fãs de todas as idades e lugares, ao mesmo tempo que motiva pesquisas e aulas em universidades renomadas?
Conforme acompanhava o músico ao longo da sua turnê de despedida, a diretora Flavia Moraes propôs essas mesmas questões aos mais de 40 entrevistados do doc, entre os quais personalidades brasileiras e estrangeiras, como Gilberto Gil, Mano Brown, Djamila Ribeiro, Quincy Jones, Spike Lee e Paul Simon. E, como era de se esperar, não houve uma resposta unânime – além da nítida confirmação do legado de Milton para a cultura brasileira.
Veja trailer:
“Milton não é só um artista gigante. Milton é o Brasil profundo, o Brasil que vive dentro de nós”, analisa a cineasta que, como ela mesma descreve, “teve o privilégio” de acompanhar o artista durante dois anos. “Esse é literalmente um road movie.
Na gênese narrativa está a surpresa da estrada: seguir Milton e levar o público para viajar com ele. E os encontros que surgiram no caminho foram inacreditáveis.” Consciente da sua responsabilidade, Moraes só topou o projeto depois de confirmar que Milton queria colaborar com ela neste processo. “Ele me olhou e devolveu com um sorriso: ‘vai dar muito trabalho?’. Respondi que sim. Que só poderíamos fazer um filme à altura dele se fôssemos parceiros. E ele disse: ‘então vamos fazer!’.