Poucos artistas têm o poder de emocionar apenas com a voz. Milton Nascimento, o “Bituca”, é um deles. Nascido no Rio de Janeiro, mas criado em Minas Gerais, Milton se tornou símbolo da música mineira, da amizade e da poesia universal.
Sua carreira ganhou força com o movimento Clube da Esquina, formado ao lado de Lô Borges, Beto Guedes e Fernando Brant. O álbum Clube da Esquina (1972) é um marco absoluto, onde guitarras psicodélicas, harmonias complexas e melodias suaves se unem em canções que falam de amizade, infância e liberdade.
Milton sempre foi um cantor de sentimentos. Travessia, apresentada em 1967, abriu as portas para sua carreira internacional. Maria, Maria tornou-se símbolo de resistência feminina. Coração de Estudante emocionou multidões nos funerais de Tancredo Neves e passou a representar a luta pela democracia.

Curiosamente, Milton também fez história fora do Brasil. Gravou com artistas como Wayne Shorter, Paul Simon e Herbie Hancock, sendo reconhecido como um dos maiores nomes da world music. Sua voz andrógina e etérea impressionava públicos que, mesmo sem entender português, sentiam a emoção transmitida em cada nota.
Além da música, Milton sempre defendeu causas sociais. Cantou pelos povos indígenas, pelas crianças e pelos oprimidos. Sua arte é marcada por uma espiritualidade profunda, que transforma canções em verdadeiras orações.
Em 2022, anunciou sua aposentadoria dos palcos com a turnê “A Última Sessão de Música”, encerrando uma trajetória de mais de seis décadas. Mas Milton nunca deixará de estar presente. Sua obra ecoa como as montanhas de Minas: sólida, eterna e cheia de mistério.
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