O Ministério Público do Paraguai anunciou que abriu uma investigação criminal. O objetivo é apurar suspeitas de espionagem digital pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
De acordo com informações preliminares, a agência teria invadido sistemas do país vizinho. Além disso, teria monitorado autoridades do Congresso, incluindo o próprio presidente da República. A suposta espionagem ocorreu no contexto das negociações sobre a usina de Itaipu.
U, oficial da agência relatou ao G1 que as operações visavam investigar interferência da CIA nas negociações.
A investigação começou após um funcionário da Abin prestar depoimento à Polícia Federal do Brasil. Ele falou no âmbito das apurações sobre o suposto aparelhamento da agência durante o governo Bolsonaro.
Segundo esse depoimento, ataques hackers teriam ocorrido ainda na gestão de Jair Bolsonaro. Mais tarde, teriam se estendido no início do governo Lula. No entanto, assim que tomou conhecimento das operações, o atual governo federal teria interrompido tais atividades imediatamente.
Agora, as investigações buscam determinar se houve violação da soberania digital do país. Além disso, querem identificar os responsáveis pelas eventuais invasões.
Se comprovada a espionagem, a Abin pode ser responsabilizada por crimes. Entre eles, acesso não autorizado a sistemas e interceptação ilegal de informações. Isso poderia gerar uma crise diplomática entre Brasil e Paraguai.
O que diz o Itamaraty
Em resposta, o Itamaraty divulgou uma nota oficial. O órgão reiterou o “compromisso com o respeito e o diálogo transparente como elementos fundamentais nas relações diplomáticas com o Paraguai e com todos seus parceiros na região e no mundo”.
Enquanto isso, as autoridades paraguaias planejam convocar especialistas em cibersegurança nos próximos dias. O objetivo é aprofundar as investigações e determinar se houve, de fato, uma intrusão digital.