Ney Matogrosso acaba de lançar o EP Pássaro branco, que reúne quatro músicas inéditas criadas especialmente para o balé Entre a pele e a alma, da Focus Cia de Dança. O espetáculo é inspirado na pintura O jardim das delícias terrenas (1510), do artista holandês Hieronymus Bosch, e tem direção de Alex Neoral. As faixas foram compostas por Paula Raya — uma delas, Argila, em parceria com João Mantuano.
Com o novo trabalho, o cantor — que se aproxima dos 84 anos — mantém-se ativo e aberto a propostas experimentais. O EP tem caráter mais conceitual do que comercial, com canções que priorizam climas e atmosferas em diálogo com a linguagem da dança contemporânea. A audição das faixas fora do contexto do palco revela uma experiência mais sutil, na qual o conteúdo visual e coreográfico parece fazer falta.
Mesmo sem grande impacto fora da cena, o projeto merece atenção pela disposição de Ney em integrar linguagens e continuar desbravando caminhos não óbvios na música brasileira. A canção-título Pássaro branco se destaca entre as quatro, mas o conjunto sugere que sua plena potência está no encontro entre som e movimento — e não apenas nos fones de ouvido.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/i/7/EJOcOxRO68tAB9bAg1aQ/neypassaro.jpg)
Capa do EP ‘Pássaro branco’, de Ney Matogrosso. Foto: Divulgação



