Tem gente achando que está sendo eficiente por deixar a inteligência artificial fazer tudo. Mas o mercado já batizou essa moda: Slop Job. Slop vem de “ração pastosa”, aquela mistura sem sabor servida em massa. É o lixo digital que inunda o feed e o ambiente de trabalho — relatórios automáticos, posts genéricos, e-mails perfeitinhos e sem alma. Tudo parece inteligente, mas é só preguiça com cara de produtividade.
O jogo virou. Os profissionais que tratam a IA como muleta estão virando motivo de piada entre os colegas. E as empresas que confundem automação com inteligência estão cavando a própria cova reputacional. Porque o problema não é usar IA. O problema é ter desistido de pensar. É achar que copiar um prompt é o mesmo que criar. É achar que eficiência é apertar “gerar conteúdo”.
Esse tipo de trabalho — o slop job — é o fast-food do pensamento. Enche rápido, engaja superficialmente e te deixa mais vazio a cada dia. Você produz, mas não evolui. Publica, mas não conecta. Entrega, mas não transforma. E o pior: o slop job não é feito por máquinas — é feito por gente que decidiu agir como uma.
Quem entrega sem curar, sem revisar, sem adicionar cérebro ou visão, está apenas jogando mais ruído no sistema. E o mercado já está percebendo: quem gera volume, some na multidão. Quem gera valor, vira referência. A inteligência artificial não vai tirar seu emprego. Mas o uso burro dela vai.
Porque no fim das contas, burrice automatizada ainda é burrice. Então antes do próximo “gerar conteúdo”, pensa: isso tem alma? tem ponto de vista? tem coragem de ser diferente? Se não tiver, você acabou de criar mais um slop job.
