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O que é Piseiro, ritmo que virou gigante no Brasil?

Desde as festas nos chão batido do sertão até as mais importantes playlists nacionais, o Piseiro desponta como um fenômeno que mistura tradição e contemporaneidade e tem conquistado cada vez mais o país inteiro. Vamos entender a importância deste ritmo que já é um fenômeno?

Origem: do interior do Nordeste às multidões nacionais 

O Piseiro, muitas vezes chamado de pisadinha, nasceu no interior nordestino, fruto do forró eletrônico. Ao contrário das grandes bandas regionais, essa vertente apostou na economia criativa: voz e teclado, com batida acelerada, ideal para as danças solo nos paredões e revoadas tradicionais. 

É um surgido das vaquejadas, uma manifestação cultural nordestina, que originou-se do manejo do gado, em que vaqueiros montados tentam derrubar um boi. A prática transformou-se em uma competição festiva e regulamentada, visando regras de proteção e bem-estar  aos animais. Também movimenta a economia da região.

​​O final da disputa, que coroa o vaqueiro mais valente, é embalado por muita música. E se, antes, predominava o forró tradicional, atualmente também os chamados sertanejos de todas as vertentes, como o Piseiro, marcam presença nas pegas de boi.

O ritmo carrega o pulsar dos teclados eletrônicos e a alma do forró, mas se reinventa a cada batida: recebe influências eletrônicas, pop e diversificadas.

No início dos anos 2000, o cantor e compositor baiano Nelson Nascimento lançou “Fazer Beber”, considerada a primeira música do gênero. Com o tempo, a batida do Piseiro incorporou influências de brega funk, tecnomelody e xote, mix de tradição e inovação sonora que se espalhou pelas festas populares.

Logo, o ritmo se consolidou numa linguagem própria: simples, eficiente, dançante e conectada com o universo digital.

A ascensão: quando o ritmo virou fenômeno nacional

Foi por volta de 2018 que o piseiro ganhou mais força. A dupla dos Barões da Pisadinha emergiram como protagonistas com hits como “Tá Rocheda” (composição de Caio Sanfoneiro, Felipe Amorim, Vitinho Sanfoneiro e Taciana Gomes), impulsionados até por virais em redes sociais como o TikTok.

A disseminação não foi apenas orgânica: colaborou com dancinhas, memes e estratégias digitais. Tudo colaborou para que o Piseiro se tornasse hit: o ritmo contagiante, a melodia, a aposta, as letras, a imaginação e o humor viral fizeram a música explodir. 

Hoje, o Piseiro já ocupou o topo do Spotify e está presente nos line-ups dos principais festivais do país, como Nômade e The Town, tornando-se uma verdadeira febre nacional.

Identidade nordestina e resistência cultural

O Piseiro representa também um diálogo poderoso do Nordeste com o resto do país inteiro e reforça a importância da Região para a nossa cultura. 

O piseiro consolidou seu espaço graças aos talentos que elevaram o teclado a símbolo de festa e identidade. Conheça alguns deles:

  • Os Barões da Pisadinha: Dupla baiana formada por Rodrigo e Felipe Barão, considerada pioneira do piseiro moderno. Estouraram com “Tá Rocheda” e seguiram emplacando hits como “Esquema Preferido”, “Basta Você Me Ligar” (com Xand Avião)e “Galera do Interior”.
  • João Gomes: Pernambucano que interpreta o piseiro como elo entre Luiz Gonzaga e a música eletrônica, trazendo o ritmo ao mainstream com sensibilidade e presença. (Saiba tudo sobre João Gomes)

Foi com a música “Meu pedaço de Pecado” que João Gomes viralizou. A canção – composta em parceria com o amigo e produtor Daniel Mendes – revelou o artista para o mundo no início de 2021, quando o Brasil e o mundo ainda viviam o período de distanciamento social por conta da Pandemia de Covid-19.

Logo, o artista alcançou o primeiro lugar das músicas mais tocadas do país, na playlist do Spotify: “50 mais tocadas no Brasil”. Então, os sucessos “Aquelas Coisas”, “Se For Amor” e “Eu Tenho a Senha” também viralizaram, esta última – inclusive – gravada pelo grande ídolo de João Gomes, o cearense Tarcísio do Acordeon. 

  • Tarcísio do Acordeon: O cearense mistura a sanfona ao teclado eletrônico, mantendo a tradição dentro da modernidade do gênero. Conquistou o país com “Meia-Noite (Você Tem Meu WhatsApp)” e “Nêga”, que ficaram entre as músicas mais ouvidas do Brasil.
  • Vitor Fernandes: Do sertão de pernambuco e apelidado de “Rei do Piseiro”, ganhou projeção nacional em 2019, com a versão de “Bebe e Vem Me Procurar”. Outros destaques são “Acaso” e “Se For Amor” (com João Gomes). 
  • Mari Fernandez: Cearense que trouxe a força feminina para o gênero, mesclando piseiro com sofrência. Ficou conhecida com “Não, Não Vou” e consolidou sua carreira com sucessos como “Amor Impossível” e “Agonia”.

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