Nas palavras de Adriana Couto, Ellen Oléria tem a voz que “invade o coração de tanta gente”. A cantora, compositora e atriz é a convidada da semana no +Preta.
Nascida e criada em Brasília, Ellen Oléria nasceu rodeada de música. Sua mãe era fã do rádio e cantava no coral da igreja. Seu pai tocava sanfona e fazia suas próprias interpretações das músicas de Luiz Gonzaga. Como o portão de sua casa ficava sempre aberto, era comum que o som feito por ela e os irmãos, tocando tampas de panelas para acompanhar, ecoassem na rua.
Na Universidade de Brasília, formou-se em Artes Cênicas. No palco, a artista desenvolveu o poder da interpretação que, associada a sua voz potente e timbre cintilante, só fortaleceram sua arte.
Ainda na capital federal, lançou seus primeiros discos, Peça (2009) e Ao Vivo no Garagem! (2011), e integrou de vez a cena cultural brasiliense. Em 2012, participou da primeira temporada do The Voice Brasil, exibido pela TV Globo, onde foi vencedora e se tornou conhecida por outras partes do Brasil.
Atualmente, Ellen Oléria comemora mais de 20 anos de carreira na música. São mais de suas décadas trazendo na bagagem referências da música preta brasileira e internacional, além da viola caipira e origem sertaneja – procurando sempre ser fiel às suas raízes.
Durante a carreira, acumulou prêmios em festivais, turnês pelo Brasil e mundo afora e lançamento de mais três álbuns, Ellen Oléria (2013), Afrofuturista (2016) e o mais recente Re.tratos (2022) – inspirada em afetos e no afrofuturismo.
“Que as meninas não tenham medo de dizer em casa que são sapatonas, né? Que as meninas possam se identificar conosco e entender que é possível ser quem nós somos, como nós somos e viver nossos amores.” diz Ellen Oléria
Em conversa com Adriana Couto, Ellen Oléria relembra suas memórias musicais ao citar que, desde pequena, experimentava escrever canções com a irmã Eliene. Aproveitava as letras e as musicava com o violão. De uma brincadeira, aos 17 anos, Ellen formou a primeira banda profissional com a irmã e o irmão Dadá.
Ao citar suas referências, destacou o rapper, cantor e escritor brasileiro GOG, considerado um dos pioneiros do Hip Hop Brasiliense.
A artista também comentou sobre se identificar mais com a palavra “sapatão” do que “lésbica”, por achar o termo burgês. Ellen também comentou como foi falar sobre sua sexualidade com a família e a importância de identificação.
Ouça o episódio na íntegra:
Sobre o ‘+Preta’
+PRETA coloca no dial da Novabrasil músicas cantadas e/ou compostas por artistas negros e negras brasileiras de diferentes gerações. O programa embarca na diversidade da produção contemporânea, mas não perde a chance de apresentar clássicos e raridades.
Sem preconceitos e com muito afeto o +PRETA celebra a beleza e força criativa da música brasileira a partir da experiência de uma pessoa negra.
A cada edição, um/uma artista, personalidade, ou intelectual negra divide com o público suas memórias musicais + pretas em quadros especiais como: o samba da vida, a música da família, o som revolucionário, o hit que inspirou uma mudança.
No comando do microfone, a apresentadora Adriana Couto, uma das profissionais mais conhecidas do jornalismo cultural.
Confira a playlist oficial do programa:
