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Obesidade sobrecarrega o coração e eleva riscos de doenças graves, alerta cardiologista

Corpo obeso com o coração em destaque | Foto: Arquivo

A obesidade vai muito além da estética: é um fator de risco direto para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares graves. Segundo o cardiologista Dr. Rodrigo A. Souza, o excesso de gordura corporal transforma o coração em um “atleta exausto”, forçado a trabalhar em sobrecarga constante.

Coração sob pressão constante

“Imagine um maratonista carregando uma mochila pesada o tempo todo. É assim que o coração se sente em um corpo obeso”, explica o médico. O tecido adiposo não é apenas um depósito de calorias, mas um órgão ativo que libera substâncias inflamatórias capazes de afetar o funcionamento dos vasos sanguíneos e do metabolismo.

A gordura visceral — aquela localizada ao redor dos órgãos — aumenta o volume de sangue circulante, eleva a pressão arterial e favorece o acúmulo de placas de gordura nas artérias, o que pode levar a infartos e derrames. Além disso, o fígado passa a produzir mais colesterol “ruim” (LDL), enquanto a resistência à insulina se agrava, elevando o risco de diabetes tipo 2.

“Esses fatores se combinam e criam uma reação em cadeia extremamente perigosa para o sistema cardiovascular”, destaca o cardiologista.

Complicações que vão além da pressão alta

A obesidade também está relacionada à hipertrofia ventricular, um espessamento do músculo cardíaco que reduz a eficiência do bombeamento do sangue. As válvulas do coração podem ser afetadas, assim como o ritmo cardíaco, com aumento dos casos de fibrilação atrial — uma arritmia que eleva o risco de AVC.

“O coração perde sua harmonia. Em vez de bater com força e regularidade, ele começa a vacilar, o que compromete a circulação e eleva os riscos de coágulos”, afirma Dr. Rodrigo.

Perder peso melhora a função cardíaca

A boa notícia é que o organismo tem grande capacidade de recuperação. Estudos mostram que uma perda de apenas 5% a 10% do peso corporal já pode trazer benefícios significativos, como redução da pressão arterial, melhora no perfil lipídico e controle da glicemia.

“Cada quilo perdido é um alívio para o coração”, afirma o especialista. Mudanças no estilo de vida — como alimentação equilibrada e atividade física regular — trazem resultados positivos mesmo antes da perda de peso efetiva.

Foto: Divulgação.

Nova geração de medicamentos amplia resultados

Além das mudanças comportamentais, medicamentos injetáveis como semaglutida, liraglutida e tirzepatida têm revolucionado o tratamento da obesidade. “Esses fármacos promovem uma perda de peso significativa, com impacto direto na saúde cardiovascular. Em muitos casos, os resultados se aproximam dos obtidos com cirurgia bariátrica”, explica Dr. Rodrigo.

Segundo ele, os medicamentos também ajudam a controlar diabetes, reduzir inflamação e melhorar os níveis de colesterol e triglicérides. No entanto, o tratamento deve ser feito com acompanhamento médico, pois pode causar efeitos gastrointestinais e ainda tem custo elevado.

“Tratar a obesidade é tratar o coração. A cada decisão saudável, você tira peso do seu peito — literalmente”, conclui o cardiologista.

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