Hoje é dia de celebrar Zélia Duncan! Uma das artistas mais completas e inspiradoras da música brasileira completa 61 anos de vida e quase 45 de uma carreira de muitos sucessos.
Cantora, compositora e instrumentista, sua voz inconfundível e uma presença gigante de palco se revelam sempre mais, a cada novo projeto. Nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, e criada em Brasília, Zélia aprendeu desde cedo a transformar inquietações em arte – e fez da versatilidade a sua marca registrada.
Antes de tornar-se conhecida no Brasil inteiro, Zélia Duncan foi jogadora de basquete, locutora, backing vocal e cursou teatro. Mas a música, que a acompanhava desde cedo, sempre falou mais alto.
Seu primeiro disco, “Outra Luz”, de 1990, já mostrava o talento que logo a levaria à consagração. Mas o verdadeiro ponto de virada veio em 1994, com o seu segundo álbum, “Zélia Duncan”, que projetou seu nome nacionalmente.
Dali nasceram clássicos como “Catedral”, “Nos Lençóis Desse Reggae”, “Não Vá Ainda”, “Lá Vou Eu” e “Sentidos” – músicas que marcaram uma geração e colocaram a artista entre os grandes nomes da música popular brasileira.
“Nos Lençóis Desse Reggae” logo entrou na trilha do clássico seriado “Confissões de Adolescente”, da TV Cultura e – seis meses após o lançamento do disco -“Catedral” entrou para a trilha sonora da novela “A Próxima Vítima”, no horário nobre da Rede Globo, como tema dos protagonistas da trama e tornou-se um imenso sucesso, o primeiro hit da carreira de Zélia Duncan.
Com o sucesso, Zélia passou a trilhar uma carreira sólida e coerente, sempre fiel à própria identidade. Vieram discos emblemáticos como “Intimidade”, de 1996 – com sucessos como “Enquanto Durmo” e “Experimenta” – e “Sortimento”, de 2001, que trouxe hinos como “Alma”, “Me Revelar” e “Flores” e lhe rendeu duas indicações ao Grammy Latino: Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro e de Melhor Canção Brasileira para “Alma”.
“Alma”, imensosucesso em sua voz composto por Arnaldo Antunes e Pepeu Gomes, atravessou o tempo. Esteve nas trilhas das novelas: “O Clone” (exibida entre 2001 e 2002); “Caminho das Índias” (2009); e “Alto Astral” (como tema de abertura, exibida entre 2014 e 2015), todas da Rede Globo.

Sucessos atemporais
O álbum “Sortimento” conta ainda com as regravações de sucesso de duas canções: “Partir, Andar” (de Herbert Vianna, que participa da gravação) e de “Eu Vou Estar” (de Dinho Ouro Preto e Alvin L, do Capital Inicial, e que conta com a participação da banda).
A versão ao vivo do álbum traz outro imenso sucesso na voz de Zélia Duncan: a canção “Pagu”, parceria dela com Rita Lee, escrita como um hino feminista em homenagem a escritora, desenhista, jornalista e militante política Patrícia Galvão, nome de destaque do Movimento Modernista de 1922.
Dona de um repertório eclético, Zélia Duncan transita entre o pop, o samba e o rock com naturalidade. No álbum “Eu Me Transformo em Outras”, de2004, homenageou nomes como Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida e Cartola, mostrando seu domínio sobre os múltiplos sotaques da música brasileira.
Já em “Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band”, de 2005, explorou diversas parcerias, reafirmando seu espírito colaborativo e criativo. Com Mart’nália, compôs a balada “Benditas”; com Paulinho Moska, a canção “Carne e Osso”; e, com Frejat, faz um dueto em “Mãos Atadas”, todosgrandes sucessos desse álbum.
O disco também traz Zélia interpretando canções de Itamar Assumpção, como o sucesso “Vi Não Vivi” (dele com Christiaan Oyens), além das participações de Anelis Assumpção e Naná Vasconcelos.
Em 2005, foi convidada por sua amiga, a cantora Simone, para participar da gravação de seu DVD “Simone Ao Vivo”, interpretando outra canção que virou sucesso em sua voz: “A Idade do Céu” (versão de Paulinho Moska para a canção “La Edad Del Cielo”, do uruguaio Jorge Drexler).
Em 2006, Zélia surpreendeu ao integrar a nova formação da banda Os Mutantes, em uma turnê histórica pelo Brasil e pela Europa – ocupando com carisma e respeito o posto que um dia foi de Rita Lee. E nunca parou: seguiu acumulando projetos, como o álbum “Tudo Esclarecido” (2012), em homenagem a Itamar Assumpção, e o disco “Antes do Mundo Acabar” (2015), dedicado ao samba e repleto de parcerias com nomes como Arlindo Cruz, Zeca Baleiro e Xande de Pilares.

Em 2009, a cantora gravou o disco “Pelo Sabor do Gesto”, que recebeu uma indicação de Melhor Álbum de MPB no Grammy Latino e trouxe o sucesso “Tudo Sobre Você”, parceria com John Ulhôa, que produziu o álbum.
A versão ao vivo do disco também foi indicada ao Grammy Latino e conta com mais dois sucessos em sua voz: “O Tom do Amor” (parceria dela com Moska) e “Borboleta” (parceria com Marcelo Jeneci, Arnaldo Antunes e Alice Ruiz).
Zélia também se destacou como atriz e escritora: participou de espetáculos teatrais e manteve uma coluna no jornal “O Globo”, sempre com o olhar afiado de quem observa o mundo pela lente da arte e da sensibilidade. Em 2017, lançou “Invento +”, um tributo a Milton Nascimento, e, mais recentemente, “Pelespírito” (2021), ao lado do compositor Juliano Holanda – um trabalho que reafirma sua força poética e política.
Entre tantas canções, destacamos 20 sucessos de Zélia Duncan que se tornaram verdadeiros marcos de sua trajetória. Cada uma dessas músicas revela uma faceta de Zélia: ora intensa, ora serena, sempre inteira. Sua voz grave, firme e repleta de suingue é o fio condutor de uma obra que celebra a liberdade, a arte e a vida.
20 maiores sucessos de Zélia Duncan
1 – Catedral
(versão de Zélia e Christiaan Oyens para a música “Cathedral Song”, de Tanita Tikaram)
2 – Nos Lençóis Desse Reggae
(parceria de Zélia com Christiaan Oyens)
3 – Não Vá Ainda
(parceria com Christiaan Oyens)
4 – Sentidos
(parceria com Christiaan Oyens)
5 – Lá Vou Eu
(de Rita Lee e Carlini)
6 – Enquanto Durmo
(parceria com Christiaan Oyens)
7 – Alma
(de Arnaldo Antunes e Pepeu Gomes)
8 – Me Revelar
(parceria com Christiaan Oyens)
9 – Flores
(de Fred Martins e Marcelo Diniz)
10 – Partir, Andar
(de Herbert Vianna)
11 – Eu Vou Estar
(de Dinho Ouro Preto e Alvin L)
12 – Pagu
(parceria com Rita Lee)
13 – Benditas
(parceria com Mart’nália)
14 – Carne e Osso
(parceria com Paulinho Moska)
15 – Mãos Atadas
(Simone Saback)
16 – Vi Não Vivi
(Itamar Assumpção e Christiaan Oyens)
17 – A Idade do Céu
(versão de Paulinho Moska para a canção “La Edad Del Cielo”, de Jorge Drexler)
18 – Tudo Sobre Você
(parceria com John Ulhôa)
19 – O Tom do Amor
(parceria com Moska)
20 – Borboleta
(parceria com Marcelo Jeneci, Arnaldo Antunes e Alice Ruiz)



