Popularmente conhecida como uma doença dos ossos frágeis, a osteoporose é um problema muito mais sério do que se imagina, alerta o endocrinologista Dr. Luiz Carlos de Paiva Nogueira da Silva. Embora afete com maior frequência mulheres após a menopausa, homens também podem ser vítimas – especialmente após os 70 anos ou diante de condições médicas específicas.
Diferentemente do que muitos pensam, nossos ossos são altamente dinâmicos. Eles são formados por células especializadas, além de elementos essenciais como colágeno, cálcio e fósforo. “Além da evidente função de sustentação, proteção e movimentação, o tecido ósseo proporciona a produção de células sanguíneas e uma outra função vital ao organismo: a regulação do metabolismo de cálcio e fósforo através de diversos hormônios, como Paratormônio e Vitamina D”, explica o médico.
O auge da chamada massa óssea ocorre por volta dos 20 a 30 anos de idade. A partir daí, o corpo passa a perder tecido ósseo de forma gradual. “Se essa perda ocorrer de forma mais acentuada, a pessoa apresentará baixa densidade óssea, evoluindo para osteopenia ou osteoporose”, destaca o especialista.
A osteoporose é classificada como uma doença silenciosa. “Muitas vezes, o sintoma inicial da paciente pode ser uma fratura vertebral ou de ossos longos, como fêmur e úmero, em quedas de baixo impacto”, alerta. O risco é elevado: segundo o médico, a mortalidade após essas fraturas chega a 22% no primeiro ano, além das limitações e outras doenças associadas.
Mulheres são as mais suscetíveis em razão da genética, influência hormonal da menopausa e estilo de vida. “Se a paciente possui casos na família, há uma probabilidade maior de apresentar mais precocemente o quadro”, aponta Dr. Luiz Carlos. Outros fatores que aumentam o risco são tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, baixa ingestão de cálcio e vitamina D e o uso contínuo de certos medicamentos.

A boa notícia é que a detecção da osteoporose é simples e acessível. “Para o diagnóstico precoce, temos um exame simples chamado Densitometria Óssea, com baixa radiação e barato. É indicado para homens a partir dos 70 anos ou antes se houver comorbidade importante, e em mulheres iniciando a menopausa, geralmente por volta dos 50 anos, ou mais cedo se possuir algum fator de risco”, esclarece o especialista.
Já para quem apresenta osteopenia ou osteoporose, recomenda-se avaliação da ingestão de cálcio e vitamina D. “Esse valor fica em torno de 1000 mg ao dia e a principal fonte vem de leite e derivados. Também é importante manter bons níveis de vitamina D, com ingestão de cerca de 1000-2000 unidades ao dia”, orienta Dr. Luiz Carlos. O tratamento medicamentoso evoluiu e pode ser feito com diferentes tipos de medicamentos, desde doses orais semanais até aplicações subcutâneas ou endovenosas em intervalos variados.
O especialista reforça que a prevenção começa ainda na infância, com uma rotina de exercícios, alimentação rica em cálcio e vitamina D, e a manutenção destes hábitos ao longo da vida. “E lembrem-se de se manter fisicamente ativos e evitar fatores de risco durante a vida trará benefícios para a saúde óssea”, finaliza.



