Desde o início dos anos 2000, o Peixelétrico vem conquistando o público com seu forró animado, brasilidades e letras que convidam à reflexão. A banda nasceu na Prainha Branca, no Guarujá, e ao longo da trajetória lançou quatro álbuns: Peixelétrico (2001), Realidade ou Ilusão (2004), Ligação (2009) e + Amor (2022). Entre os destaques estão singles como Toca a Bola (2018) e Valeu (2022), esse último em parceria com a banda Falamansa.
Agora, para celebrar 25 anos de carreira, o Peixelétrico lança seu quinto álbum: Peixelétrico 25 anos. O disco reúne 11 faixas, sendo oito inéditas e 3 regravações de sucessos, sob a direção artística de Ricardo Trip e produção musical de Bruno Buarque, conhecido por trabalhos com Céu, Criolo, Silva e vencedor de um Grammy com João Donato.
O quinto disco do Peixelétrico rendeu muitos reencontros com artistas que fizeram parte da trajetória da banda e entrega faixas que demonstram toda a experiência desses anos de estrada. Tato do Falamansa chegou para somar na repaginada “Felicidade” e Marcelo Jeneci, que por algum tempo tocou com a banda, uniu sua voz e sanfona na interpretação da canção “Planta Colhe”, com letra de Arnaldo Antunes.
O novo trabalho da banda conta com o Trio Mana Flor que participa de “Rara Flor”, Karol Olivieri que marca presença com seu timbre de voz em “À Toa”, Tanaka do Pife e seu pífano de bambu que customizam a faixa “Rio” e as cantoras Talita Collado, Paulla Zeferino e Jamille Queiroz que fazem os arranjos vocais de “Mamaô”.
As letras abordam temas sociais, políticos e ambientais de forma leve, sempre integradas à dança. Entre os destaques, estão versões atualizadas de clássicos como “Lôco” e “Caminhador”, com versos que refletem sobre cultura e desigualdade.
O projeto foi contemplado pela 4ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Forró para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.
Com Peixelétrico 25 anos, a banda reafirma sua identidade e celebra a conexão com o público, mostrando que 25 anos de estrada podem ser comemorados com música de qualidade, dança e reflexão.
Novabrasil: Quando o Peixe Elétrico começou, o forró, chamado de “Universitário” estava no auge. Em quase todas as rádios e festas de crianças a adultos tocavam Peixelétrico. Queria saber de vocês, com 25 anos de carreira, como vocês veem toda a trajetória de vocês no forró brasileiro e se sentem alguma diferença do consumo do gênero nos dias de hoje?
Peixelétrico: A indústria cultural no ramo da música sempre busca novidades, foi um período muito legal que teve seu auge entre 2000 e 2004 e que deixou um legado muito interessante. Ainda hoje as pessoas ouvem e falam do nosso primeiro álbum lançado em 2001. De lá pra cá lançamos mais 4 álbuns, todos independentes e seguimos tocando e produzindo. Hoje existe um movimento de resgatar a diversidade musical, pois a indústria da música acabou por ditar algumas tendências que se repetem em fórmulas que estão um pouco desgastadas ao nosso ver, e o público e outros artistas têm comentado sobre isso.
Novabrasil: No comecinho dos anos 2000 o boom de bandas de forró foi enorme. Na época havia muita concorrência ou vocês se integravam umas com as outras bandas?
Peixelétrico: Existia uma integração muito legal, mas faltou realizar mais projetos juntos, o que está sendo retomado nos últimos anos. A gente gravou a música “VALEU” com o Falamansa, por exemplo.
A gente pensa que falta uma conexão maior entre as bandas do sudeste com as bandas do nordeste. Recentemente encontramos com o Frank Aguiar e foi muito legal, talvez aconteça alguma parceria com ele. Para o movimento do Forró Tradicional, com Zabumba, Sanfona e triângulo essa união é muito importante, pois é um gênero muito rico, com um lastro muito forte na música Brasileira, o Forró faz parte da MPB, dialoga muito bem com outros ritmos brasileiros e com o Reggae, mas, ao nosso ver, merece um espaço maior no cenário musical atual.
Novabrasil: Um dos integrantes da banda foi Marcelo Jeneci. Hoje em sua carreira solo, ele participa do novo disco na faixa “Planta Colhe” que também tem inspiração num poema de Arnaldo Antunes. Vocês tiveram a oportunidade de mostrar essa música para o Arnaldo?
Peixelétrico: O Marcelo Jeneci enviou a música para o Arnaldo Antunes e ele gostou muito! Ainda não chegamos a falar com ele pessoalmente, quem sabe, em breve.
Novabrasil: Poderiam falar se tem alguma composição de agora que virou a queridinha da banda?
Peixelétrico: Temos três músicas que tem tido um resultado muito legal nos shows, “RARA FLOR”, que teve participação do Trio Mana Flor, “PLANTA COLHE”, com o Marcelo Jeneci, e “Á TOA”, com participação da nossa amiga e cantora Karol Olivieri.
Novabrasil: Dentro do forró, queria saber de vocês se tem alguma banda nova que tá chegando forte na cena?
Peixelétrico: Gostamos muito do trabalho da Banda ‘Ó DO FORRÓ’, que não é tão nova assim, mas tem dois álbuns que atualmente tocam muito nas pistas e tem músicas lindas. Tem o grupo ‘DOIS DOBRADO’, além de artistas incríveis como MESTRINHO, MARIANA AYDAR, Banda Tocaia do Rio de Janeiro, um grupo muito bom só de mulheres. Tem muita gente fazendo um trabalho de alta qualidade que a gente adora!!!
Ouça Peixelétrico 25 anos
Matéria realizada com a colaboração de: Henrique Oliveira.



