Se já lhe disseram que a pele reflete o que sentimos, saiba que essa ideia vai além da metáfora. A ciência confirma que emoções como estresse, ansiedade e tristeza podem aparecer na pele de modo intenso e visível ao longo da vida.
Estresse e ansiedade deixam marcas na pele
Quando vivemos situações de grande tensão, o corpo libera hormônios como o cortisol e a adrenalina. Se, de início, essas substâncias desempenham funções importantes, o excesso e a exposição prolongada acabam prejudicando a barreira cutânea, aumentando a oleosidade e acelerando o envelhecimento.
Segundo a dermatologista Dra. Vanessa Gheno, essa ligação é clara no consultório. “Pacientes frequentemente me relatam piora de condições como acne, rosácea ou dermatite atópica após períodos de grande carga emocional. E isso não é coincidência: essas doenças têm um forte componente neuroimunoendócrino, ou seja, são diretamente moduladas pela mente”, explica.
Doenças dermatológicas têm fundo emocional
A psoríase e as dermatites (seborreica, atópica ou de contato) são exemplos conhecidos de doenças que podem surgir ou piorar após momentos de perda, separação ou estresse no trabalho. “Em muitos casos, o primeiro surto ou a piora significativa da doença está ligada a lutos, separações, pressão profissional ou conflitos emocionais”, reforça Dra. Vanessa.
Para ela, limitar-se a tratar apenas a pele é ineficaz: “Tratar apenas a pele, com cremes e medicamentos, sem olhar para o que o paciente está sentindo, é como enxugar gelo”. O tratamento eficaz deve considerar tanto os fatores emocionais quanto físicos.

Saúde emocional e pele: práticas que funcionam
A boa notícia, segundo a médica, é que é possível melhorar a saúde da pele ao cuidar das emoções. Dra. Vanessa sugere práticas simples para quem deseja combater doenças dermatológicas e fortalecer o bem-estar integral:
- · Sono de qualidade: dormir bem regula hormônios, reduz inflamação e favorece a renovação cutânea
- · Alimentação equilibrada: apostar em antioxidantes e anti-inflamatórios naturais pode reduzir lesões e irritações
- · Atividade física regular: libera endorfinas e contribui para o controle da ansiedade
- · Terapias integrativas: práticas como meditação, mindfulness e psicoterapia combatem sintomas dermatológicos relacionados ao estresse
“Mais do que tratar manchas, coceiras ou lesões, precisamos olhar para a pessoa por trás da pele”, afirma a dermatologista. “Em tempos tão acelerados e exigentes, acolher o sofrimento emocional do paciente é um ato de cuidado profundo — e, muitas vezes, o primeiro passo para a cura”.



