O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens e representa um grande desafio para o diagnóstico precoce e o acompanhamento da evolução da doença. Uma tecnologia inovadora, o PET-CT com PSMA, tem transformado essa realidade ao combinar a precisão da tomografia computadorizada com a sensibilidade do PET, utilizando uma molécula radiomarcada que se liga de forma específica ao PSMA, proteína presente em altos níveis nas células tumorais.
Precisão para detectar metástases e recidivas
O exame se destaca por identificar lesões minúsculas — muitas vezes milimétricas — que passariam despercebidas em métodos convencionais, como a tomografia tradicional ou a cintilografia óssea. Essa alta sensibilidade permite detectar metástases linfonodais e ósseas em estágio inicial e localizar áreas de recorrência tumoral em pacientes que apresentam aumento do PSA após cirurgia ou radioterapia. “Essa precisão garante tratamentos mais direcionados e aumenta as chances de sucesso”, explica a médica Sumara Abdo Lacerda Matedi, coordenadora do setor de PET/CT da Clínica Villela Pedras.
Diferentemente de outros métodos, o PET-CT com PSMA avalia todo o corpo em uma única aquisição, com maior resolução e especificidade. Estudos clínicos apontam que o exame pode mudar a conduta médica em até 50% dos casos, seja para confirmar a necessidade de tratamento sistêmico, seja para indicar terapias localizadas, como a radiocirurgia de metástases isoladas. Além disso, reduz o risco de tratamentos desnecessários ao mostrar com clareza onde a doença realmente está.
Novas terapias e acesso no Brasil
O exame também desempenha papel fundamental na seleção de pacientes para a terapia radionuclídica com Lutécio-177 PSMA, que utiliza o mesmo alvo molecular, mas com um radioisótopo capaz de destruir células tumorais de forma direcionada. Estudos, como o VISION Trial, mostram que essa abordagem melhora a sobrevida global e a qualidade de vida dos pacientes com câncer de próstata avançado.
No Brasil, o PET-CT com PSMA já está disponível em centros especializados, mas o acesso ainda é limitado. “O alto custo, a logística complexa e a produção restrita do radiofármaco são desafios que precisam ser superados para ampliar a oferta”, destaca o médico Marcos Villela Pedras Polonia, diretor da Clínica Villela Pedras.



