Apresentada no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), uma nova molécula em fase experimental pode representar um marco na luta contra o câncer de mama. Segundo o mastologista Alexandre Pupo, do Hospital Sírio-Libanês, a medicação mostrou capacidade de bloquear a proliferação de células tumorais em mulheres com câncer de mama sensível a hormônios, mas que já haviam desenvolvido resistência à terapia tradicional.
Resistência sob ataque
“Com essa nova molécula, aparentemente conseguimos combater essa resistência da célula tumoral ao nosso tratamento original e, com isso, impedir que a doença progrida”, explicou o médico em entrevista à Novabrasil. Nos testes apresentados, a nova droga reduziu em cerca de 55% o risco de progressão ou morte da paciente.
Caminho até os consultórios
Apesar dos resultados animadores, a medicação ainda é experimental. Ela precisará passar por processos de validação de agências reguladoras, como o FDA nos Estados Unidos, antes de ser adotada na prática clínica. “Existe a possibilidade de entrar em um fast track, que é uma rota de aprovação acelerada, por conta da eficácia mostrada”, afirmou Pupo.
Se tudo ocorrer como esperado, a pílula pode estar disponível para uso dentro de seis meses a um ano. Para os especialistas, trata-se de uma “droga modificadora do jogo”, capaz de alterar de forma significativa o curso da doença.
Confiar, mas verificar
Pupo lembra que, mesmo com o entusiasmo, os estudos clínicos devem ser replicados em diferentes países e contextos para garantir que os bons resultados não sejam um caso isolado. Só depois disso a droga pode conquistar um espaço definitivo no tratamento do câncer de mama.



