Hoje, dia 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher e nós da Novabrasil preparamos uma playlist especial para vocês, com 90 mulheres da nossa música, que fizeram e fazem história.
Ouça também:
Playlist MPB cantada por elas
Avante, mulheres! Todo o nosso respeito e admiração. Obrigada por trazerem sua força e luz para a nossa música popular brasileira!
O Dia Internacional da Mulher
O Dia Internacional da Mulher existe para nos lembrar e fazer refletir sobre a importância da luta das mulheres por equidade de gênero, por direitos e por respeito na sociedade patriarcal em que vivemos, onde o machismo e o sexismo são uma questões estruturais e a desigualdade e a violência contra a mulher atingem índices altíssimos e inaceitáveis.
A escolha da data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas em 1977, mas tem suas origens fincadas nos movimentos socialista, operário e feminista do começo do século XX, se relacionando diretamente com a Revolução Russa e a atuação revolucionária das mulheres nesse acontecimento.
Alguns acontecimentos na história foram importantes para a criação dessa data. Por algum tempo, o Dia Internacional da Mulher foi atribuído a uma história que narrava um suposto incêndio que teria acontecido em uma fábrica em Nova York, no dia 08 de março de 1857.
Nessa história, as mulheres trabalhadoras teriam sido trancadas no interior de uma fábrica pelo proprietário. Em seguida, ele teria incendiado o local como represália às greves que suas funcionárias puxavam. Essa história, no entanto, é falsa.
Mas, outro incêndio, que de fato aconteceu, está diretamente ligado à criação do Dia Internacional da Mulher. Foi em uma fábrica em Nova York, chamada Triangle Shirtwaist Company, no dia 25 de março de 1911, e causou a morte de 146 pessoas, das quais 125 eram mulheres.
Esse incêndio foi resultado das más condições da fábrica e fortaleceu a luta dos trabalhadores sindicalistas contra as más condições de trabalho. Essa luta, que fazia parte do movimento operário, também tinha uma forte relação com a luta das mulheres e seu engajamento político no começo do século XX.
Dentro do movimento operário, que se fortalecia tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, estavam mulheres que defendiam a redução da jornada de trabalho, melhorias salariais e o direito ao voto.
Em 1910, em um evento na Dinamarca – o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas – Clara Zetkin, membro do Partido Comunista Alemão, propôs a criação de um dia internacional das mulheres. A proposta, no entanto, não tinha uma data certa a ser celebrada.
A data foi celebrada pela primeira vez em 1911, após o incêndio na Triangle Shirtwaist Company, em poucos países: Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Essa primeira celebração, por sua vez, foi realizada no dia 19 de março. Foi somente durante a Revolução Russa que o 8 de março se consolidou.
Isso porque, em 8 de março de 1917, uma greve de trabalhadoras da tecelagem aconteceu, dando força ao ciclo revolucionário que se estabeleceu na Rússia naquele ano e que resultou na queda do czarismo e na transformação da Rússia em uma nação socialista – a primeira da história.
Milhares de mulheres se reuniram no protesto na Rússia, que ficou conhecido como Pão e Paz. Nesse protesto, as mulheres reivindicaram melhores condições de trabalho e de vida, lutaram contra a fome e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Playlist Especial Dia Internacional da Mulher
Na nossa música popular brasileira, o que não faltam são grandes mulheres fazendo história: cantoras, produtoras, instrumentistas, intérpretes e também compositoras de suas próprias músicas, que deixaram a sua marca, quebraram padrões e transformam a história do nosso país, com personalidade, pioneirismo, força, brilho e talento, mostrando que as mulheres podem ocupar todos os espaços.
Chiquinha Gonzaga, por exemplo, foi pioneira entre as mulheres na música e abriu espaço para todas as que vieram depois: ela foi a primeira compositora popular e a primeira pianista de choro (chorona) do Brasil, além de ter sido também a primeira mulher a reger uma orquestra no país.
Ou ainda Carmen Miranda, que levou a música brasileira para o mundo inteiro, conquistando a Broadway, tendo seu nome da calçada da fama e apresentando a nossa cultura aos estrangeiros.
Junto dela, um pouco mais pra frente, Dona Ivone Lara, foi a primeira mulher a integrar uma ala de compositores de uma escola de samba, em uma época em que as mulheres não eram aceitas como compositoras e que ela tinha que fingir que seu primo era quem escrevia suas canções.
Outra que fez história foi Rita Lee, que foi pioneira não só em fazer rock’n roll em um meio dominado por homens (compor, tocar, liderar banda), mas também em desnudar o universo feminino em suas letras, falando de prazer e sexualidade.
Gal Costa, considerada representante da Tropicália e de toda uma juventude no combate à ditadura militar, quando Gil e Caetano – seus companheiros e líderes do movimento – foram presos. Ela também rompeu barreiras, quando se apresentou com seu violão, usando saias, com as pernas abertas, em um símbolo de liberdade e poder.
E o que dizer de Elza Soares, uma potência em forma de mulher, uma das mulheres mais talentosas de nossa história, que passou por violências diversas como o racismo, o machismo e a fome, sem nunca deixar de cantar?
E, vindo para os dias mais atuais, temos o acontecimento que é a Liniker, primeira artista trans brasileira a ganhar um Grammy Latino na história e que vem fazendo história com sua obra.
Preparamos uma playlist com 90 nomes de mulheres que fizeram e seguem fazendo história na nossa música para você curtir! Claro que não conseguimos incluir todas elas, mas tentamos trazer representantes que já nos deixaram Passando também por lendas vivas Até chegar nos nomes mais jovens da nossa MPB



