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Por que atletas saudáveis morrem subitamente? O coração pode ser o alerta que falta

A morte súbita de atletas jovens, muitas vezes no auge de sua forma física, choca o mundo esportivo e levanta uma questão urgente: como alguém aparentemente saudável pode morrer de forma tão inesperada? Embora raro, esse tipo de evento geralmente tem origem no coração — e poderia, em muitos casos, ser evitado.

“A morte súbita no esporte está frequentemente associada a doenças cardíacas não diagnosticadas, como arritmias, cardiomiopatias e malformações congênitas”, explica o cardiologista Dr. André Moro, doutor em Cardiologia pela Unesp. Essas condições podem se agravar durante o esforço físico intenso, principalmente quando não há acompanhamento médico adequado.

Estudos apontam o coração como principal causa médica de morte entre atletas

Um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology analisou dados da NCAA (associação que reúne atletas universitários dos EUA) e revelou que a morte súbita cardíaca é a principal causa médica de óbito entre jovens de 17 a 24 anos, com uma taxa de 1,9 casos para cada 100 mil anos-atleta. Entre atletas acima de 35 anos, o risco é ainda maior, sendo o infarto a principal causa.

“Mesmo atletas amadores, que treinam com intensidade, devem estar atentos aos sinais de alerta como palpitações, cansaço excessivo e dor no peito”, alerta o médico.

Treinamento cardiovascular pode salvar vidas

Segundo Dr. Moro, o preparo físico não é apenas uma questão de performance — é também prevenção. O treinamento cardiovascular fortalece o coração, melhora o bombeamento sanguíneo e reduz o risco de arritmias durante o esforço. Além disso, combate fatores de risco como hipertensão, diabetes e colesterol alto, que podem levar à aterosclerose e ao infarto.

Avaliação médica deve ser rotina, e não exceção

Exames como eletrocardiograma, teste ergométrico, ecocardiograma e ressonância magnética cardíaca ajudam a detectar alterações silenciosas no coração. “Essas avaliações devem ser feitas periodicamente, principalmente em atletas de alto rendimento ou que iniciam treinos intensivos. A prevenção ainda é o melhor caminho”, reforça o especialista.

Dr. Moro também destaca a importância da adaptação gradual do treinamento e da supervisão profissional para evitar sobrecarga. “Treinar de forma intensa sem orientação é um risco desnecessário. A saúde precisa estar à frente dos resultados.”

Cuidar do coração deve ser parte do jogo

Além dos exames e treinos adequados, o médico defende uma cultura de prevenção mais ampla, que envolva técnicos, equipe médica, familiares e os próprios atletas. “Não se trata apenas de vencer ou bater recordes. Cuidar do coração é garantir que o atleta possa competir com segurança — e viver muito além das quadras, pistas ou campos.”

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