A hipertensão, popularmente chamada de “pressão alta”, afeta cerca de um a cada quatro adultos brasileiros e está entre as principais causas de infarto e AVC. Embora os remédios sejam fundamentais em diversos casos, a prática regular de exercícios tem ganhado destaque como um forte aliado no controle da doença. “O exercício físico regular pode atuar como um ‘remédio natural’, ajudando a reduzir a pressão arterial e, em alguns pacientes, até diminuir a necessidade de fármacos”, explica o médico do esporte Rafael Rivas Pasco.
A ciência confirma: atividade física faz a pressão baixar
Pesquisas recentes, divulgadas em periódicos renomados, mostram que exercícios como caminhada, corrida leve, ciclismo e natação podem baixar a pressão arterial em até 10 mmHg — um efeito comparável ao de certos medicamentos para hipertensão. “Treinos aeróbicos regulares podem reduzir a pressão em até 10 mmHg”, afirma o especialista. Até mesmo a musculação, quando feita com intensidade moderada, auxilia na saúde dos vasos sanguíneos e melhora a resposta do corpo à insulina, colaborando ainda mais para o controle da pressão.
Quais atividades escolher para controlar a pressão?
Não é necessário treinar pesado para obter resultados. A regularidade é o principal fator. Entre as atividades mais indicadas para quem tem hipertensão estão:
- · Caminhada: corrida leve ou ciclismo: melhoram a circulação e fortalecem o coração.
- · Natação: reduz o impacto nas articulações e favorece o condicionamento cardiorrespiratório.
- · Musculação leve a moderada: auxilia na força muscular e na saúde óssea, sem sobrecarregar o sistema cardiovascular.
- · Ioga e pilates: ajudam no relaxamento e controle do estresse, importante para a pressão arterial.
“O mais importante é a regularidade”, destaca Rafael. Mesmo exercícios em sessões mais curtas, desde que feitos várias vezes na semana, trazem resultados consistentes.

Cuidados antes de começar a se exercitar
Para quem tem pressão alta, o primeiro passo é sempre conversar com o médico e passar por uma avaliação. O ideal é iniciar devagar, respeitando os limites do corpo e evitando esforços intensos logo no início. “Monitorar a pressão antes e depois das atividades ajuda a ajustar o treino de forma segura”, orienta o especialista.
Além disso, fazer exercícios só nos fins de semana não é suficiente. Distribuir a atividade física ao longo da semana, mesmo que em tempo reduzido, potencializa os benefícios e reduz riscos.
O recado final do médico é claro: “O exercício físico deve ser encarado como parte essencial do tratamento da hipertensão, e não como complemento opcional”. Além de reduzir a pressão e os remédios, a atividade física promove bem-estar e melhoria na qualidade de vida. “Colocar o corpo em movimento é, sem dúvida, uma das formas mais simples e eficazes de proteger o coração e viver mais e melhor”, conclui Rafael Rivas Pasco.



