Se você pensa que somos apenas nós, meros anônimos, que sofremos ao assistir nossos times jogar, pensou errado. Na verdade, muitos cantores de MPB têm seu time do coração e passam pelos mesmos perrengues na hora chorar pelo gol tomado e pelas mesmas alegrias no momento de vibrar por mais uma taça levantada!
A seguir, conheça os times dos cantores de MPB:
Qual é o time do coração dos artistas da MPB?
Chico Buarque (Fluminense)
Isso mesmo, Chico Buarque, um dos maiores poetas do nosso país, é tricolor! O cantor é apaixonado por futebol e já tentou até ser jogador antes de deslanchar na carreira.
O Juventus foi o time no qual Chico tentou a sorte, mas seu coração é tricolor e seu destino estava reservado para a música.
A paixão de Chico Buarque pelo esporte o acompanhou em toda sua carreira. O artista tem um repertório cheio de músicas que falam sobre o assunto.
Em Bom Tempo, ele celebra o fato de poder escutar no rádio a vitória do Fluminense. Já em Receita Para Virar Casaca de Neném, o cantor fala de forma bem-humorada sobre a rivalidade FLA-FLU.
Mesmo na canção Meu Caro Amigo, escrita durante seu exílio, Chico faz questão de citar o futebol como um acontecimento feliz.
Nando Reis (São Paulo Futebol Clube)
Nando Reis, o ex-titã, tem o coração tricolor paulista!
Nando faz um sucesso tremendo até hoje com canções como Por Onde Andei e Pra Você Guardei o Amor. Mas ele tem em seu repertório uma música muito especial que não pode deixar de ser citada aqui: Herança.
A canção, trilha sonora do filme futebolístico Soberano, fala sobre a tradição de torcer pelo São Paulo, que foi passada de geração em geração dentro de sua família.
Rumo Oriente é outra música de Nando que fala sobre o São Paulo. A canção segue o estilo voz e violão e narra a conquista do time paulista no Mundial de Clubes de 2005. Aliás, ela é trilha sonora do filme Soberano 2, que fala especificamente sobre essa vitória.
Erasmo Carlos (Vasco da Gama)
Erasmo Carlos era um vascaíno ávido, apaixonado pelo seu time. O Tremendão faleceu no último ano, mas deixou uma herança histórica e musical gigantesca para o país.
O vascaíno já compôs até música para o time. A canção Nosso Vascão Campeão é uma carta de amor declarada de Erasmo para o Vasco. Veja um trecho da letra:
Que bonito é o início da constelação
De estrelas amarelas,
Na bandeira do Vascão.
Sai da frente
Que o nosso Vasco vai passar
Grande como é sua torcida
Unida pra fazer seu time campeão, mas que emoção.
Nas águas da vitória eu vou nadar
E no maracanã vou festejar
Cruz de malta no peito do almirante,
Fé em Deus, nosso eterno comandante (…)
Em seu aniversário de 80 anos, além de ser homenageado pelo clube, Erasmo também fez questão de citar o Vascão em uma postagem nas redes sociais:
Meu Deus meu… Que eu continue amando a mulher maravilhosa que eu tenho, valorizando os abraços encantados da minha família, sorrindo solidário com os amigos antigos e novos, paciente com o Vascão do meu coração, cantando e compondo com dignidade, investindo na poupança da saúde e, porque não, ainda acreditando na humanidade… Feliz aniversário para mim!
No dia de sua morte, o Vasco usou as redes sociais do clube para lamentar a partida e homenagear o eterno Tremendão:
É com profundo pesar que recebemos a notícia do falecimento do ilustre vascaíno e símbolo da música brasileira, Erasmo Carlos. ‘Sai da frente, que o nosso Vasco vai passar…’ Sabemos que sempre estará conosco. Descanse em paz, Tremendão.
postou o time em seu Twitter
Adoniran Barbosa (Corinthians)
Filho de imigrantes italianos, o caminho mais fácil para Adoniran poderia ter sido torcer para o verdão, mas o coração dele pulsava preto e branco.
A sina corinthiana já veio de nascença, João Rubinato, como foi batizado, nasceu em 6 de agosto de 1910, menos de um mês antes da fundação do Sport Club Corinthians Paulista.
Adoniran foi um personagem criado por João que representava um paulista para lá de caricato. Mas o amor pelo timão era um dos pontos mais fortes da vida do artista.
Ele não perdia jogos, conhecia as escalações e era um verdadeiro conhecedor da história do clube, não é de espantar que o cantor tinha até carteirinha de sócio do Corinthians.
O artista também fez questão de registrar esse amor em uma música. Na canção Coríntia (Meu amor é o Timão), Adoniran canta:
Como é bom ser alvinegro
Ontem, hoje e amanhã
Respirar no ar a mistura
Do Tietê e Tatuapé
Lá no alto a velha Penha
De Anchieta e Bandeirantes
Ver São Jorge lá na Lua
Abençoando a fazendinha
Onde mora um gigante
Tem igreja e tem biquinha
Corintia, Corintia
Meu amor é o timão
Corintia a cada minuto
Dentro do meu coração
Corintia, Corintia
Meu amor é o timão
Corintia a cada minuto
Dentro do meu coração (…)
Adoniran nos deixou na década de 80, mas seu amor pelo Corinthians segue vivo até hoje nos corações de todo corinthiano roxo em cada canto do país.
Jorge Ben Jor (Flamengo)
Flamenguista assumido, o carioca fez questão de declarar seu amor em sucessos como País Tropical e Fio Maravilha.
O hit País Tropical não fala exatamente sobre o Flamengo, mas imortalizou uma frase onde o poderoso rubbro-negro é citado:
Eu tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nêga
Chamada Tereza.
Já Fio Maravilha foi inspirada em uma jogada histórica do ex-atacante que dá nome à letra, em um amistoso contra o Benfica, no Maracanã.
Um fato curioso sobre a canção é que o jogador moveu um processo contra Jorge Ben reivindicando os direitos autorais pelo uso de seu nome. Depois disso, ela passou a se chamar Filho Maravilha. Anos depois, o jogador se mostrou arrependido e chegou a dizer que nunca teve interesse em prejudicar o autor.
Agora você já sabe que os cantores de MPB são gente como a gente e também sofrem a cada derrota, assim como vibram pelos seus times do coração. Então, se quiser continuar por dentro de tudo o que rola no universo da música, continue acompanhando a Novabrasil por aqui!