Rashid, o samurai do rap, no+Preta

Hora de pedir licença aos que vieram antes! Hora de mergulhar nas memórias musicais mais pretas! O rapper Rashid é o convidado da semana, encerrando o mês de abril com papo cabeça.

Michel Dias Costa é o nome artístico do rapper, compositor, produtor musical, cineasta e escritor Rashid. Nasceu em São Paulo, mas morou em Lavras, em Minas Gerais, dos 13 aos 17 anos.

Sobrevivendo no Inferno (1997), do Racionais MC’s, foi o primeiro disco que escutou sabendo que era rap, por volta dos 12 anos. Com 13, já tentava escrever suas rimas. Foi ao ouvir, tentar e praticar que foi aperfeiçoando sua arte.

Na virada para os anos 2000, também começou a escutar outra cena do rap, com Kamau, Marechal e o grupo SP Funk, por exemplo. As duas vertentes o inspiraram para construir seu eu artístico, antes com o nome artístico “Moska” e depois, como “Rashid” (“justo”, “verdadeiro”, na língua árabe).

Rashid é o convidado do +Preta, com Adriana Couto | Foto: novabrasil

Em 2006, começou a atuar nas batalhas da Santa Cruz e na Rinha dos MCs, apresentado por Criolo, junto com o DJ Dandan. Estava com Emicida, seu amigo de adolescência, na primeira vez que foi a Rinha. Rashid considera que as batalhas foram uma verdadeira escola. Com o tempo, destacou-se na cena e conseguiu títulos importantes, como o “Galo de Ouro”.

Em 2007, participou da Liga dos MCs, onde obteve maior projeção. Em 2010, lança seu primeiro EP A Hora de Acordar, com nove faixas. Em 2011, lançou sua mixtape Dádiva e Dívida e, no ano seguinte, foi indicado ao VMB (MTV Brasil) na categoria Artista Revelação e Hit do Ano.

“Estou entregando a minha vida aqui, então só pode dar certo.” diz Rashid sobre carreira no rap

Atualmente, Rashid é nome consolidado do rap nacional, com prêmios, discografia com mais de 7 projetos e shows internacionais na carreira. Em 2022, lançou o álbum áudio-filme Movimento Rápido dos Olhos, o qual ele conversa mais sobre com Adriana Couto.

Rashid se inspira na cultura oriental desde os tempos das batalhas de rap. O samurai é um símbolo importante do recente trabalho por conta da identificação do artista com a filosofia do “guerreiro que não pode perder”.

Rashid em fotos de divulgação do álbum “Movimento Rápido dos Olhos” | Foto: Ênio César/Divulgação

O rapper descreve o ambiente do álbum como “um filme de Akira Kurosawa num cenário de Bacurau” para trazê-lo para o ambiente brasileiro.

“Uma amiga muito próxima nossa, ela olhou a capa do disco (ela frequentadora de terreiros), disse: ‘eu vejo Ogum nessa capa, eu não vejo um samurai, porque é um guerreiro também’. Pô, é muito louco como as coisas se entrelaçam, mesmo sem a gente necessariamente fazer de propósito.”

Ouça o episódio na íntegra:

Sobre o ‘+Preta’

+PRETA coloca no dial da Novabrasil músicas cantadas e/ou compostas por artistas negros e negras brasileiras de diferentes gerações. O programa embarca na diversidade da produção contemporânea, mas não perde a chance de apresentar clássicos e raridades.

Sem preconceitos e com muito afeto o +PRETA celebra a beleza e força criativa da música brasileira a partir da experiência de uma pessoa negra.

A cada edição, um/uma artista, personalidade, ou intelectual negra divide com o público suas memórias musicais + pretas em quadros especiais como: o samba da vida, a música da família, o som revolucionário, o hit que inspirou uma mudança.

No comando do microfone, a apresentadora Adriana Couto, uma das profissionais mais conhecidas do jornalismo cultural.

Confira a playlist oficial do programa:

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