“O verdadeiro pai do rock no Brasil é o Raul.”
A frase de Paulinho Moska ajuda a resumir a importância de Raul Seixas, ícone da música brasileira que terá sua obra celebrada no segundo episódio da série Tributos Novabrasil. O show acontece no dia 31 de agosto, domingo próximo, na Casa Natura Musical, em São Paulo, com direção musical de Vini Nallon.
O espetáculo reunirá Ana Cañas, Di Ferrero, ex-NX Zero, Sérgio Britto, do Titãs, Paulinho Moska, Kell Smith e Reginaldo Lincoln, do Vanguart, em uma noite que promete emoção, irreverência e muita brasilidade.
Segundo Nallon, o grande desafio é manter viva a essência de Raul sem perder a ligação com o presente. “Equilibrar e respeitar uma obra com tanta identidade musical muito forte, carregada de filosofia, crítica social e irreverência, requer muito cuidado”, explica o diretor musical, que promete uma noite emocionante e inesquecível.
A pedra fundamental do roch no Brasil
Entre os convidados, há consenso: Raul é a pedra fundamental do rock feito no Brasil. Para Sérgio Britto, “o rock nacional passou a soar diferente com o aparecimento dele”. Na mesma linha, Paulinho Moska não hesita ao dizer que, embora Raul tenha manifestado que o pai do gênero é “o diabo”, a verdade não é bem essa.
Já Di Ferrero vê a influência de Raul como algo inevitável para quem pisa no palco com uma guitarra. “Ela já vem por osmose”, afirma. “Ele foi o cara que abriu o caminho para nós, para os outros artistas, para as bandas.”
Filosofia e brasilidade
Mas Raul Seixas nunca foi apenas rock. Sua força estava na mistura entre filosofia, poesia e brasilidade. Kell Smith o define como “um farol” que ainda hoje ilumina sua carreira: para ela, o Maluco Beleza representa a liberdade e a coragem de ser quem se é, “mesmo quando o mundo tenta te calar”.
Essa brasilidade, segundo Reginaldo Lincoln, está nas letras que retratam como poucos o sentimento do povo. “Todo mundo sabia o que o Raul estava cantando, todo mundo se identificava. Acho que não tem nada mais brasileiro do que isso.”
Ana Cañas concorda e lembra que esse tempero nacional vinha, sobretudo, de suas raízes. “Essa peculiaridade do rock and roll, da brasilidade do Raul, tem muito desse berço baiano, dele ser uma pessoa nascida na Bahia e ter absorvido referências que não eram só do Elvis Presley ou dos Beatles, mas também do Brasil multicultural.”
A entrega visceral de Raul
Se na composição Raul encantava pela ousadia, no palco arrebatava pela intensidade. Di Ferrero resume: “Para mim, Raul representa o máximo de uma entrega visceral, até transcendental, que um artista pode ter ao compor e cantar”.
Essa energia também marcou Ana Cañas desde a adolescência. Ao ouvir Raul pela primeira vez, lembra de ter ficado “muito tocada com a força do canto e da própria dicção”. Para a cantora, mergulhar em sua obra “é um caminho sem volta”.
Kell Smith reforça essa herança: “No palco, o que eu quero é transmitir essa total entrega. Eu serei a música. E é claro transmitir gratidão por tudo que ele deixou, por tudo que ele ainda inspira.”
Uma noite para cantar Raul
O tributo, mais do que revisitar clássicos como Metamorfose Ambulante e Sociedade Alternativa, será uma celebração da memória cultural brasileira. Vini Nallon destaca que, ao reunir novas vozes para reinterpretar Raul, o projeto busca mostrar às novas gerações que sua mensagem continua atual e relevante.
“Vai ser uma noite inesquecível”, garante Reginaldo Lincoln. E Ana Cañas reforça o convite: “Quero chamar todos os ouvintes para estarem presentes no dia 31 de agosto, na Casa Natura, para celebrarmos juntos a obra genial de Raul Seixas.”
📅 Serviço
Tributos Novabrasil – Raul Seixas
Data: 31 de agosto (domingo)
Local: Casa Natura Musical – São Paulo (SP)
Ingressos pelo Sympla.



