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Relembre 10 duetos inesquecíveis da história da MPB

Se tem uma coisa em que a música popular brasileira é boa é em promover encontros de grandes vozes. Hoje, nós selecionamos uma lista com 10 grandes duetos da MPB para você se deliciar! Parcerias inesquecíveis, que marcaram para sempre a nossa história e permanecem entre as mais amadas do público brasileiro.

Iniciamos a lista homenageando Vinicius de Moraes, eterno poeta, que partiu há exatos 45 anos – no dia 09 de julho de 1980 – deixando um legado imensurável para a música popular brasileira.

Vinicius teve um encontro para lá de especial com o violonista, cantor e compositor paulistano Toquinho. Juntos, eles gravaram mais de 20 LPs, compuseram mais de 100 canções e fizeram mais de mil shows, marcando a história na música popular brasileira. Toquinho esteve ao lado do amigo até o momento de sua morte e segue levando o legado do poeta por onde for.

Uma das parcerias entre os dois que ficou eternizada como um dos grandes duetos da MPB foi a música “Regra Três“, que eles gravaram em um dos diversos álbuns que lançaram em parceria, “São Demais os Perigos dessa Vida“, de 1971.

1 – Vinicius de Moraes e Toquinho – Regra Três

Em entrevistas, Toquinho cita que ele criou a melódia da música que viria se tornar “Regra Três”, enquanto Vinícius teria que criar a letra da música. Toquinho conta que Vinícius era muito vaidoso, então quando Toquinho tentou fazer um palpite sobre a letra, Vinícius não gostou e decidiu fazer uma outra letra zoando o amigo. 

“Aí, ele refez, um pouco chateado por eu não ter gostado da primeira versão. Eu namorava muito naquela época. E a letra de ‘Regra Três’ foi feita para uma pessoa como eu era na época, me dizendo: ‘Atenção, que um dia você vai se dar mal’. Contém esse espírito de alerta, trazendo embutida um pouco da contrariedade por eu ter rejeitado a primeira ideia dele”, conta Toquinho, sem deixar de lembrar que Vinicius também era um conquistador incansável.

A “Regra 3”, no futebol, limita o número de substituições que podem ser feitas durante a partida. Em competições da FIFA, o limite é de 3 substituições por equipe. Ou seja, na letra, Vinicius faz uma metáfora do futebol com as relações amorosas.

2 – Chico Buarque e Milton Nascimento – O Que Será (À Flor da Pele)/(À Flor da Terra)

“O Que Será (À Flor da Pele)” e “O Que Será (À Flor da Terra)” são clássicos e tanto da MPB! E sim, são duas músicas diferentes. 

Compostas por Chico Buarqueespecialmente para o filme “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Bruno Barreto e baseado no livro homônimo deJorge Amado, as canções foram lançadas por Chico em dueto com – ninguém mais, ninguém menos – queMilton Nascimento (E ainda tem uma terceira parte, que é o tema de abertura do filme e que foi interpretada pela cantora Simone!).

“O Que Será (À Flor da Terra)” entrou para o álbum “Meus Caros Amigos”, de Chico Buarque, de 1976.  

O Que Será (À Flor da Terra)

“O Que Será (À Flor da Pele)” foi lançada também em dueto pelos dois, no álbum “Geraes”, de Milton Nascimento, do mesmo ano, em uma das interpretações mais lindas que já se viu.

O Que Será (À Flor da Pele)

O improviso vocal que Milton faz no início da canção é tão bonito, que o vídeo dos dois interpretando a música ao vivo no programa “Chico & Caetano” – série especial da Rede Globo, exibida em 1987 (esse vídeo acima) – viralizou, com a frase: “OIhe para alguém como Chico Buarque olha para Milton Nascimento”.

E não tem como não se apaixonar: Quando Milton canta parece mesmo que é a voz de Deus, como dizia Elis Regina.

Chico e Milton apresentam mais um dos grandes duetos da MPB.

3 – Elis Regina e Tom Jobim – Águas de Março

Falando em Elis Regina, outro dueto inesquecível da nossa MPB é o clássico encontro entre Elis e Tom Jobim na canção “Águas de Março”.

A cançãofoi lançada inicialmente em 1972, no compacto simples Disco de Bolso do jornal O Pasquim, O Tom de Antônio Carlos Jobim e o Tal de João Bosco”,  “Águas de Março” foi gravada a seguir por Tom Jobim, no seu LP “Matita Perê”, do ano seguinte. 

Em 1972, Elis Regina já tinha incluído a canção em seu álbum “Elis”, e – em 1974 – foi lançada a versão mais conhecida dessa música, que ganhou o Brasil e o mundo e até hoje é considerada uma das mais importantes gravações da MPB: o dueto entre Elis Regina e Tom Jobim, noantológico álbum “Elis & Tom”, gravado em Los Angeles. 

O encontro das duas lendas da música brasileira ganhou o mundo e “Águas de Março” se tornou uma das 10 canções mais executadas no planeta no século XX. Em 2001, foi nomeada como a “melhor canção brasileira de todos os tempos” em uma pesquisa com mais de 250 jornalistas brasileiros, músicos e outros artistas do Brasil, conduzida pelo jornal Folha de São Paulo.

Em pesquisa similar, realizada pela edição brasileira da revista Rolling Stone, em 2009, a canção ocupa o segundo lugar, atrás de “Construção”, de Chico Buarque.

O vídeo dos dois gravando a canção em estúdio também é maravilhoso e antológico!

Aqui nesta matéria especial, a gente conta toda a história por trás da composição de “Águas de Março”. 

“Águas de Março” é mais um dos grandes duetos da MPB!

4 – Gal Costa e Maria Bethânia – Esotérico

Encontro de duas divas da nossa MPB: Gal Costa e Maria Bethânia, e suas vozes potentes e sensíveis, que se contrapõe divinamente, trazendo um carinho pros nossos ouvidos.

Isso é “Esotérico“, canção de outro gigante – Gilberto Gil– eternizada nas vozes de Gal e Bethânia. Em 1976, o trio baiano juntou-se ainda a mais um baiano –Caetano Veloso – para apresentar o show “Doces Bárbaros”, idealizado para celebrar as carreiras consolidadas de cada um deles e o encontro dos quatro na música.

Foi na turnê de “Doces Bárbaros”, que virou álbum, que a música – que coloca o “esotérico” como algo inerente à natureza humana, fazendo parte da natureza dos nossos afetos –  foi lançada. 

Depois, o próprio Gil a gravou no seu álbum “Um Banda Um”, de 1982, e Gal e Bethânia voltaram a interpretá-la em dueto para o DVD “Outros (Doces) Bárbaros”, um reencontro do quarteto, em  2004.

5 – Gal Costa e Tim Maia – Um Dia de Domingo

Em 1985, Gal Costa protagoniza outro dueto inesquecível da nossa MPB: o encontro de vozes divinais, entre ela e Tim Maia, na romântica canção “Um Dia de Domingo”.

Composta pela dupla Michael Sullivan ePaulo Massadas, responsáveis por diversos hits da música popular brasileira, “Um Dia de Domingo” foi lançada no álbum “Bem Bom”, de Gal Costa, em 1985.

Aqui nesta matéria especial, a gente conta toda a história por trás da composição de “Um Dia de Domingo”. 

Michael Sullivan e Paulo Massadas estavam em um corredor da gravadora RCA, conversando sobre a letra de uma música, quando Gal Costa passou e falou para eles: “Eu queria gravar uma música de vocês, igual a essa do Tim Maia que está tocando aí, linda!”.

A música a que ela se referia era “Leva”, composição da dupla gravada por Tim em 1984. Então, Paulo e Michael compuseram “Um Dia De Domingo”, tendo Gal como musa inspiradora.

Tim Maia ficou muito chateado porque estava encantado demais com Gal Costa e queria ter gravado a voz junto com ela no estúdio, mas ela tinha uma viagem internacional e eles tiveram que gravar a canção separadamente. Mais tarde, os dois se encontraram para interpretar “Um Dia de Domingo” em um especial da Rede Globo, para a alegria de Tim! Outro dos grandes duetos da MPB.

6 – Você Não Entende Nada – Caetano Veloso e Chico Buarque

Mais um encontro de gigantes! Dessa vez entre Chico Buarque e Caetano Veloso!

Duas das maiores potências da nossa música, Chico e Caetano apresentaram um programa juntos na TV Globo – chamado “Chico & Caetano” – de abril e dezembro de 1986 de onde é o vídeo apresentado acima.

Mas a junção de duas das maiores músicas do repertório de cada um aconteceu anos antes, em 1972, quando os artistas lançaram o álbum “Caetano e Chico juntos e Ao Vivo”, gravado a partir de um show da dupla no Teatro Castro Alves, em Salvador, na Bahia.

As músicas em questão – e que se casaram lindamente, resultando em um dos maiores duetos da MPB –  são: “Você Não Entende Nada”, de Caetano Veloso (lançada originalmente em um compacto por Gal Costa, em 1971), e “Cotidiano”, de Chico Buarque (lançada originalmente pelo próprio Chico, no álbum “Construção“, também de 1971).

Hoje, é difícil imaginar essas duas músicas separadas!

7 – Pela Luz dos Olhos Teus – Miúcha e Tom Jobim

Pela Luz dos Olhos Teus” foi composta pelo poeta Vinicius de Moraes e lançada pelo próprio em 1960, no álbum “Bossa Nova Mesmo”, que trazia o encontro de vários artistas da Bossa Nova, como, além de Vinicius: Carlos Lyra, Lúcio Alves, Silvinha Telles e Conjunto Oscar Castro Neves.

Mas a canção atingiu imenso sucesso mesmo foi quando gravada em dueto pelas vozes deMiúchae Tom Jobim, no álbum “Miúcha e Antonio Carlos Jobim”, de 1977, parceria de sucesso, que se repetiu depois em 1979, no álbum “Miúcha & Tom Jobim”. Mais um dos duetos inesquecíveis da MPB!

8 – Tiro Ao Álvaro – Elis Regina e Adoniran Barbosa

Em 1960, em parceria com Osvaldo Moles, o sambista paulistano Adoniran Barbosa um de seus maiores e mais icônicos sucessos: o samba “Tiro Ao Álvaro”

Mas, a música foi só foi gravada e tornou-se um sucesso nacional em 1980, interpretada em um dueto formado por Adoniran e Elis Regina, fazendo parte de um álbum em que o sambista comemorava os seus 70 anos de idade.

Este disco também tem a participação de outros grandes nomes em duetos com Adoniran e interpretando seus sucessos, como: Djavan, Clara Nunes e Gonzaguinha.

Antes,  “Tiro Ao Álvaro” tinha sido registrada em um encontro entre Adoniran Barbosa e Elis Regina no Bar da Carmela, no Bairro do Bixiga, em São Paulo, no ano de 1978. Na ocasião, os artistas interpretaram juntos outras músicas: “Iracema“, “Um samba no Bixiga” e “Saudosa Maloca“. 

Infelizmente, tanto Elis quanto Adoniran faleceram pouco tempo depois, ambos no ano de 1982. Mas o  legado que eles deixaram é inesquecível e este dueto permanece vivo e pulsante em nossa música.

9 – Sorte – Gal Costa e Caetano Veloso

As carreiras de Caetano Veloso e Gal Costa se cruzaram muitas e muitas vezes. Ambos começaram suas carreira juntos na Bahia, onde nasceram, depois foram para São Paulo na mesma época quando começaram a ficar conhecidos no Brasil inteiro.

Gravaram o primeiro álbum de suas carreiras também juntos, em 1967: o LP “Domingo”, e desde então suas trajetórias caminharam por muito tempo lado a lado, até a partida de Gal, em 2022. A cantora gravou inúmeras composições do amigo durante sua carreira.

Em 1985, no mesmo álbum “Bem Bom”, Gal Costa convidou Caetano Veloso para cantar em dueto com ela a canção “Sorte”, composta por Celso Fonseca e Ronaldo Bastos.

Sorte – uma grande declaração de amor, de uma pessoa dizendo para a outra o quanto ela lhe dá “sorte na vida” – fez tanto sucesso na voz de Gal e Caetano, que muitas pessoas acham, inclusive, que foi uma música composta por Caetano para Gal cantar, como tantas outras da dupla de amigos baianos.

Aqui nesta matéria especial, a gente conta toda a história por trás da composição de “Sorte”.  Mais um dos famosos duetos da MPB!

10 – Filhos de Gandhi – Gilberto Gil e Jorge Ben Jor

O ano de 1975 marca o encontro antológico entre dois dos maiores nomes da nossa música de todos os tempos, que transformaram para sempre a história da cultura brasileira: o baiano Gilberto Gil e o carioca Jorge Ben Jor.

Os dois juntos gravaram um álbum que é considerado uma obra-prima da nossa música –  “Gil & Jorge: Ogum, Xangô” – e que ocupa a posição 60 na lista divulgada pela revista Rolling Stone Brasil, dos melhores discos da música brasileira de todos os tempos.

Famoso pelo seu experimentalismo e pelo improviso dos dois cantores, compositores e instrumentistas – que interagem entre si durante todo o disco – das nove faixas do LP, quatro têm mais de 10 minutos de duração.

Como descreveu lindamente o jornalista Vitor Ranieri, no portal Soul Art: “Dois dos violões mais criativos da música brasileira se comunicaram por horas, em um balé da criatividade, um resgate à essência tribal do uso dos instrumentos musicais. Juntos, inventaram de improviso um universo paralelo, sofisticado, construído pela expressão sincera de palavras, sons e sentimentos”.

Uma dessas faixas é a inesquecível “Filhos de Gandhi”, composição de Gil. Nós contamos tudo sobre a canção, e também sobre o álbum, nesta matéria especial.

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