Rosinha Valença, uma das mais notáveis violonistas brasileiras, nasceu na cidade de Valença, no interior do estado do Rio de Janeiro. Sua trajetória na música a levou a conquistar um lugar de destaque na história da bossa nova e da música instrumental brasileira.
Se você ainda não conhece a história de Rosinha Valença, agora é o momento! Confira, a seguir, a trajetória da violinista, desde sua infância até a construção de sua carreira musical, destacando suas contribuições e legado.
Infância e início de carreira
Maria Rosa Canellas, mais conhecida como Rosinha Valença, foi uma violinista, cantora e compositora brasileira. A paixão pela música surgiu ainda na infância, quando ela se interessou pelo violão, sendo influenciada pelos ensaios do conjunto regional de seu irmão, Roberto.
O ambiente musical em sua família desempenhou um papel fundamental em seu desenvolvimento como instrumentista. Encorajada por seu irmão, iniciou seus estudos de violão de forma autodidata, aprendendo a tocar a partir da escuta de músicas de rádio. Surpreendentemente, aos 12 anos, Rosinha Valença já exibia uma técnica impressionante e estava pronta para mostrar seu talento ao mundo.
Sua estreia na música aconteceu quando começou a tocar na rádio de sua cidade natal, Valença. Logo, ela se tornou uma atração em festas e bailes na região, encantando o público com sua habilidade excepcional no violão. Esse período inicial de sua carreira estabeleceu as bases para seu futuro brilhante na música.
Em 1963, Rosinha Valença se mudou para o Rio de Janeiro, abandonando seus estudos para se dedicar integralmente à carreira de instrumentista. Foi nessa cidade que ela teve seu primeiro encontro com o sucesso, graças à descoberta feita pelo renomado jornalista Sérgio Porto.
Porto apresentou Rosinha a dois gigantes da música brasileira, Baden Powell e Aloysio de Oliveira, na boate Au Bon Gourmet. Seu toque e suas apresentações de alta qualidade causaram um impacto imediato, e ela se tornou uma figura conhecida na cena musical carioca. Foi nesse momento que o nome “Rosinha de Valença” foi popularizado, uma homenagem à sua cidade natal.
Sua carreira deslanchou quando passou a se apresentar na boate Bottle’s, onde permaneceu por oito meses e gravou seu primeiro álbum, intitulado “Apresentando Rosinha de Valença,” lançado em 1963 pela gravadora Elenco, de Aloysio de Oliveira. Esse álbum revelou sua excelência como instrumentista e consolidou seu status como uma das maiores violinistas do Brasil.
Ao longo de sua carreira, ela viveu diversas fases, como shows no exterior e até a formação de uma banda própria no Brasil.
Morte e legado de Rosinha Valença
A carreira brilhante de Rosinha Valença foi interrompida por uma tragédia pessoal. Em 1992, ela sofreu uma parada cardíaca que resultou em uma lesão cerebral e a deixou em estado vegetativo. Foi nesse momento que a solidariedade de amigos, familiares e colegas de profissão se manifestou. Vários shows-tributo foram organizados para ajudar a custear seu tratamento médico. Durante os primeiros oito anos em coma, ela foi cuidada por sua irmã mais velha, Marijó, e após o falecimento desta, outra irmã, Maria das Graças, assumiu os cuidados de Rosinha.
Após doze anos em estado de coma, Rosinha Valença foi internada no Hospital Escola Luiz Giosef Jannuzzi, onde, em junho de 2004, aos 62 anos, faleceu devido a uma insuficiência respiratória. Sua cidade natal, Valença, no sul do Estado do Rio de Janeiro, foi o cenário de sua despedida. Seu corpo foi sepultado no cemitério Riachuelo, no centro de Valença, encerrando uma jornada musical que havia inspirado gerações de artistas.
O legado de Rosinha Valença na música brasileira é inegável. Sua técnica excepcional no violão e sua contribuição para o desenvolvimento da bossa nova instrumental a tornam uma figura fundamental na história da música do Brasil. Ela abriu portas para a música brasileira no cenário internacional, encantando audiências em todo o mundo e mostrando a riqueza da música instrumental brasileira. Mesmo após sua partida, seu trabalho continua a inspirar e encantar amantes da música ao redor do mundo, mantendo viva a memória de uma das maiores violinistas brasileiras de todos os tempos.
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