Entre trens lotados, plataformas apressadas e o barulho das composições, um espaço de silêncio e acolhimento surge na Estação da Luz. Ali, mães e cuidadores podem respirar, amamentar, trocar fraldas, brincar com seus filhos ou, simplesmente, descansar. É o Espaço Maternidade, iniciativa da Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher que oferece apoio físico e emocional em meio ao caos urbano.
Aberto das 7h às 19h, o espaço funciona como um oásis para quem precisa seguir com a vida sem abrir mão do cuidado. “Foi pensado para a mulher que está em deslocamento. Ela encontra aqui um lugar seguro, onde pode descansar, amamentar e até receber apoio psicológico”, explica Roberta Ricardes, assessora de Políticas Públicas da Secretaria.
Cuidar de quem cuida
Mais do que uma poltrona confortável ou uma área com brinquedos, o espaço busca oferecer dignidade. “Ainda há muitas barreiras no transporte público para quem está com criança. Aqui, além de amamentar, a mulher pode brincar com o filho, comer, usar um banheiro limpo. Isso humaniza o transporte”, diz Roberta.
Criadas inicialmente em duas estações (Luz e Tatuapé), as salas já acolheram mais de quatro mil mulheres desde o lançamento do projeto em 2023. E novos pontos devem ser inaugurados em breve. “Estamos estudando outros lugares para expansão. Vem novidade por aí”, adianta Roberta.
Amamentar é ato diário
A presença dessas salas ganha destaque no Agosto Dourado, mês dedicado à promoção do aleitamento materno. Mas Roberta faz questão de reforçar que “a amamentação não é só em agosto. É um ato diário, de amor e de sobrevivência e precisa ser garantido com dignidade”.
O convite está feito: o espaço é gratuito, sem necessidade de cadastro e acessível a qualquer pessoa que esteja em trânsito com uma criança. “Ele está aqui para vocês”, resume.
Cuidado é também tarefa dos homens
Embora se chame Espaço Maternidade, o nome não limita o uso. Homens que cuidam de seus filhos, como pais, avôs, tios ou padrastos, são igualmente bem-vindos. “Cuidar de uma criança não é só da mulher. É da família. E o homem tem papel essencial nisso”, afirma Roberta.
O espaço conta com trocador, banheiro adaptado e brinquedos. E o mais importante: reconhecimento de que o cuidado é um ato compartilhado. Um passo simples, mas simbólico, para um futuro com mais igualdade e empatia no dia a dia de quem cria.



