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São Paulo pode trocar vagas de carro por jardins contra enchentes

São Paulo pode estar prestes a ver o verde tomar o lugar do cinza. A Câmara Municipal aprovou, em primeira votação, o Projeto de Lei 378/2025, que institui o Programa Vagas Verdes. A proposta permite substituir vagas de estacionamento nas ruas por pequenas áreas verdes com vegetação nativa, solo permeável e elementos que acolham a biodiversidade urbana.

“Esse projeto mostra que cidade a gente quer construir”, disse a vereadora Marina Bragante (REDE), uma das autoras da proposta, em co-autoria com Nabil Bonduki (PT) e Renata Falzoni (PSB). Segundo ela, as vagas verdes são uma resposta direta às emergências climáticas, como enchentes e calor extremo, e buscam melhorar a qualidade do ar e o escoamento da água da chuva.

Como será o local na prática

Cada jardim ocuparia o espaço de uma vaga de carro e poderia incluir grama, árvores, bancos e até abrigos para pequenos animais. A ideia é inspirada em soluções aplicadas em cidades como Paris, que pretende converter 60 mil vagas de estacionamento em paisagismo urbano.

As novas áreas verdes devem priorizar regiões com histórico de alagamentos ou exposição a calor extremo. A proposta permite que até 20% do comprimento de quadras elegíveis seja convertido. O texto também abre possibilidade de adoção dos espaços por moradores ou entidades, por meio de Termos de Compromisso com a Prefeitura.

Sociedade civil será ouvida

A primeira votação é apenas o começo: agora, o projeto segue para audiências públicas, onde a população poderá opinar sobre os detalhes da proposta, antes que a mesma seja apreciada novamente para a segunda votação. “Vamos escutar a cidade e pensar onde essas vagas devem estar, respeitando a técnica e a necessidade local”, afirmou Marina. Ainda será preciso aprovação em segunda votação para que a proposta vire lei.

Vagas Verdes x Jardim da Amaral Gurgel: o que muda?

Enquanto o PL aguarda a aprovação final, outros projetos verdes já ganham espaço em São Paulo, como os jardins de chuva sob o Minhocão, instalados recentemente na avenida Amaral Gurgel. Apesar de serem iniciativas diferentes, ambos seguem a mesma lógica de usar a natureza como aliada para tornar a cidade mais habitável.

No entanto, a vereadora Marina Bragante aponta diferenças importantes entre o projeto Vagas Verdes e os jardins instalados embaixo do elevado.

Segundo ela, o Vagas Verdes traz critérios técnicos mais rigorosos: “A gente olha para a bacia hidrográfica, para a profundidade que a vaga precisa ter, para as espécies que devem ser plantadas. É um projeto com base técnica”, enfatiza.

Marina vai além e diz, inclusive, que chegou a solicitar o projeto técnico da prefeitura sobre a Amaral Gurgel. “Ainda não recebemos”, completa a vereadora. Marina também deixou claro que, embora compartilhem objetivos, que é olhar para a questão climática, os jardins da Amaral Gurgel não estão no local ideal. “Uma coisa é se inspirar na natureza, outra é colocar a solução no lugar certo. Vamos trabalhar para que as Vagas Verdes estejam onde realmente fazem diferença.”

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