Hoje, dia 15 de julho, é aniversário do querido e talentoso Samuel Rosa!
Cantor, compositor e instrumentista, o mineiro foi – por mais de 30 anos – vocalista e principal compositor de uma das mais importantes e produtivas bandas da música popular brasileira de todos os tempos: o Skank.
Formada em Belo Horizonte, em 1991, a banda fez uma turnê de despedida que começou no ano passado e encerrou em março de 2023, mas seus integrantes seguem com suas carreiras individualmente.
Com fortes influências do reggae, do pop rock, do ska, da Jovem Guarda e dos também mineiros do Clube da Esquina – o Skank influenciou e marcou para sempre a vida de toda uma geração.
Com seus parceiros Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo), e Haroldo Ferretti (bateria), Samuel Rosa lançou nove discos de estúdio, três ao vivo, uma coletânea e um disco comemorativo (gravado em 1991, em um estúdio caseiro, quando a banda se preparava para o seu primeiro show juntos).
Foram cerca de 40 hit singles indispensáveis para a história da música brasileira, 29 deles entre as 100 mais tocadas do ano no Brasil, 25 em trilhas de novela, e dois mega-hits que marcaram fases distintas e igualmente bem sucedidas do grupo (Garota Nacional, em 1996, e Vou Deixar, em 2004).
Entre tantas composições de sucesso de Samuel Rosa, podemos destacar as canções: Jackie Tequila, Esmola, O Beijo e A Reza, Pacato Cidadão, Tão Seu, Vou Deixar, Três Lados e Acima do Sol (todas parcerias com Chico Amaral); Te Ver (de Samuel, Chico Amaral e Lelo Zaneti); Resposta, Ali, É Uma Partida de Futebol, Sutilmente e Ainda Gosto Dela (todas parcerias com Nando Reis); Saideira (com Rodrigo F. Leão); Balada do Amor Inabalável (com Fausto Fawcett); e Dois Rios (de Samuel, Nando Reis e Lô Borges).
Hoje, para homenagear o aniversariante do dia e seguir homenageando grandes compositores da nossa música popular brasileira – que são tão importantes e têm uma contribuição tão significativa quanto cantores, intérpretes e músicos – nós damos continuidade à série Saudando Grandes Compositores da MPB, em que contamos a história de grandes clássicos das carreiras desses artistas.
Entre os inúmeros sucessos compostos por Samuel, escolhemos contar as histórias de dois de seus clássicos: Jackie Tequila e Acima do Sol.
Jackie Tequila – Samuel Rosa e Chico Amaral (1994)
Jackie Tequila é uma composição de Samuel Rosa junto com um dos seus parceiros mais constantes: Chico Amaral, que muito contribuiu como letrista para a obra completa do Skank.
Samuel conta que essa canção, que entrou para o segundo álbum da banda, Calango, em 1994, é uma das que ele mais gosta de tocar e faz parte daquilo que ele chama de “prateleira” de músicas do Skank que falam sobre personagens.
Entre essas músicas estão, por exemplo: Garota Nacional (1996), Dom Blás (1996), Um Homem Solitário (2006) e O Homem Que Sabia Demais, do primeiro álbum da banda, de 1993, que Samuel acredita ser uma das primeiras músicas em que o Skank conseguiu um resultado bem satisfatório no quesito de misturar batidas eletrônicas com o reggae, repente, calango mineiro, resultando naquilo que chamaria-se de dancehall brasilleiro e que a banda mineira passou a fazer tão bem.
Então o vocalista traz O Homem Que Sabia Demais como um ensaio para Jackie Tequila, não só no quesito da letra, mas também musicalmente. Jackie Tequila é um personagem da noite, que está em um determinado bar de Belo Horizonte na década de 90, mas que poderia ser em qualquer bar.
Produzida por Dudu Marote, que deu uma turbinada na música, deixando-a como a conhecemos. Samuel também conta outra curiosidade: que antes deles lançarem, muita gente não acreditava que a música seria um sucesso, porque os versos eram muito abstratos ou maduros para serem cantados pelo público jovem do Skank.
Grande engano! Jackie Tequila virou um hit, uma das músicas mais populares do Skank, e o público sabe cantar de cor, de trás pra frente!
Acima do Sol – Samuel Rosa e Chico Amaral (2001)
Outra música que o público canta de cor e salteado, a plenos pulmões durante os shows – e que Samuel Rosa conta que a banda inclusive dá o primeiro acorde dela e os já começam a cantá-la inteira durante as apresentações do Skank, é Acima do Sol.
E curiosamente, a música – que é um grande hit – não tem refrão! Seu refrão é o vocalize: “uuuuuuuhhh”.
Outra parceria de Samuel com Chico Amaral – que com a melodia e harmonia já pronta, um folk-reggae composto em um ensaio da banda – colocou uma bela letra, que fala sobre o fim do relacionamento de um casal de amigos dele, alertando o cara sobre o quanto ele estava perdendo aquela garota por conta dos seus atos.
Um pouco na pegada da canção You’re Going To Lose That Girl (1965), dos Beatles, banda que tanto inspirou Samuel, como ele mesmo conta.
Acima do Sol é a única música inédita e a música de trabalho do álbum MTV Ao Vivo, do Skank, em 2001. Ela foi composta junto com a leva de músicas do Maquinarama, disco anterior da banda, de 2000 (como Balada do Amor Inabalável e Três Lados) mas os integrantes decidiram não incluí-la no álbum, porque aquele era um trabalho em que eles queriam se desvencilhar um pouco do reggae e experimentar outras coisas.
Gostou de saber mais sobre as histórias de grandes canções da nossa música popular brasileira? Continue acompanhando a nossa série Saudando Grandes Compositores da MPB. Hoje, homenageamos o aniversariante Samuel Rosa!
