Crises de dor na testa, nariz entupido e sensação de peso no rosto costumam ter a mesma origem: sinusite, uma inflamação nos espaços ao redor do nariz, olhos e testa. A alergista e imunologista Dra. Natasha Rebouças Ferraroni explica como identificar as causas, tratar e prevenir o problema.
“Conviver com crises recorrentes de sinusite não é normal. Quando tratada adequadamente, é possível controlar os sintomas, reduzir a frequência dos episódios e recuperar a qualidade de vida”, afirma a médica.
O que é e por que acontece
“A sinusite, também chamada de rinossinusite, ocorre quando há inflamação da mucosa que reveste os seios da face”, explica Ferraroni. Segundo a especialista, as principais causas são:
- · infecções virais (como resfriados)
- · infecções bacterianas ou fúngicas
- · alergias respiratórias (como rinite alérgica)
- · desvio de septo nasal ou outras alterações anatômicas
- · poluição do ar, fumaça de cigarro e ar condicionado
Quando a mucosa inflama, a drenagem do muco fica comprometida e o acúmulo favorece a proliferação de micro-organismos, piorando os sintomas.
Pacientes alérgicos merecem atenção redobrada. “Pacientes com rinite alérgica têm maior predisposição a desenvolver sinusite, pois a inflamação crônica da mucosa nasal dificulta a ventilação e a drenagem dos seios da face.” Entre os gatilhos, ela cita: “Poeira, mofo, pelos de animais, pólen e mudanças bruscas de temperatura são os principais vilões.”
Aguda x crônica: qual a diferença
- · Sinusite aguda: geralmente aparece após uma gripe ou resfriado. Costuma durar até 4 semanas e, na maioria dos casos, tem causa viral ou bacteriana.
- · Sinusite crônica: persiste por mais de 12 semanas e frequentemente está ligada a alergias mal controladas, pólipos nasais ou desvio de septo. Pode exigir tratamento prolongado e, em alguns casos, cirurgia.
O diagnóstico é, em regra, clínico. “O diagnóstico é clínico e feito por um especialista em alergia, com base nos sintomas e exame físico”, orienta Ferraroni. Em quadros persistentes, exames como tomografia dos seios da face podem ser indicados.
Sinais de alerta
- · Congestão e corrimento nasal espesso
- · Dor de cabeça na testa e ao redor dos olhos
- · Pressão ou dor no rosto, pior ao abaixar a cabeça
- · Perda de olfato ou paladar
- · Tosse, especialmente à noite
- · Mau hálito e cansaço
Em crianças, podem surgir irritabilidade, tosse persistente e dificuldade para dormir.

Prevenção e cuidados diários
O tratamento depende da causa e da duração dos sintomas. Casos virais pedem repouso, hidratação e lavagem nasal; quadros bacterianos podem precisar de antibiótico após avaliação médica; nas formas crônicas, é essencial investigar alergias, pólipos e alterações anatômicas, com uso de sprays nasais, controle ambiental, imunoterapia e, se necessário, cirurgia.
Para evitar recaídas, hábitos simples ajudam. “Controlar os gatilhos alérgicos é fundamental para evitar crises frequentes de sinusite”, reforça a médica. Veja recomendações:
- · Lavar o nariz com soro fisiológico diariamente
- · Acompanhar e controlar a rinite alérgica com o especialista
- · Evitar poluentes, fumaça e alérgenos
- · Umidificar o ambiente em períodos de ar seco e ventilar os cômodos
- · Beber água ao longo do dia para hidratar as mucosas
O recado final é de esperança. “O alívio está ao alcance de quem cuida.



