Tradição e invenção na música com Juçara Marçal, no Mais Preta

Deixa a gira girar! A cantora, compositora, professora e pesquisadora musical Juçara Marçal é a convidada da semana no +Preta. Com dois discos solos gravados e premiados, “Encarnado” (2014) e o “Delta Estácio Blues” (2021), Juçara integra sua arte também no coletivo, como nos grupos “Vésper Vocal”, “A Barca” e “Metá Metá”.

Junto com Adriana Couto, a artista reflete sobre a tradição e a invenção da música brasileira, sob o olhar de suas memórias musicais.

Confira:

Foto: Pablo Saborido/Divulgação

Juçara Marçal

Nascida em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em 1962, Juçara Marçal iniciou a carreira artística na Companhia Coral, em 1990. Sob a regência do maestro Samuel Kerr, o conjunto fundia música e teatro. Em 1991, a artista integra o Vésper, grupo vocal feminino, e lança três discos, entre eles “180 anos de samba cantando Adoniran e Noel” (2002) – uma homenagem a dois dos maiores sambistas brasileiros.

Pela Universidade de São Paulo, é formada em Jornalismo e Letras. Sua dissertação de mestrado, em 2000, foi totalmente dedicada a obra de Pedro Nava, médico e escritor mineiro que participou da geração de modernistas de Belo Horizonte.

Sete anos depois, Juçara integra a banda “A Barca” como vocalista. Com o grupo, foram quatro discos lançados, o mais recente “Turista Aprendiz” em 2010. Paralelamente, a artista lança, em 2008, uma parceria com Kiko Dinucci: o disco “Padê”. Com Dinucci e Thiago França, Juçara também forma o trio “Metá Metá”, com três álbuns em cojunto gravados.

Seu primeiro disco em carreira solo, o “Encarnado” (2014), ganhou destaque pela crítica e conquistou o prêmio de Música Compartilhada, no Prêmio Multishow, das mãos de Criolo – que mais tarde viria a dividir os vocais com Juçara na faixa “Fio de Prumo”, do álbum do artista “Convoque seu Buda”.

Além de seu trabalho na música, Juçara também é professora de língua portuguesa e já lecionou canto no curso superior de teatro da Universidade Anhembi Morumbi.

“A tradição se inventa o tempo todo. Ela precisa ser reinventada, porque os elementos mudam.”

É possível definir a música preta brasileira? Sob a reflexão da resposta, Juçara inicia a conversa com Adriana pensando em toda a reconstrução que foi necessária para reinventar maneiras de se produzir música, desde a chegada de escravizados ao Brasil trazidos do continente africano.

Para iniciar a série de memórias mais pretas de Juçara: Clementina de Jesus. A música “Cangoma Me Chamou” foi uma das músicas que a artista carioca cantou em coro, com o “Vésper Vocal”. Juçara também reforça a potência da voz de Clementina, que sempre chamou sua atenção.

Juçara Marçal é a convidada do +Preta da semana | Foto: Divulgação/Montagem

Ouça o episódio na íntegra:

Sobre o ‘+Preta’

+PRETA coloca no dial da Novabrasil músicas cantadas e/ou compostas por artistas negros e negras brasileiras de diferentes gerações. O programa embarca na diversidade da produção contemporânea, mas não perde a chance de apresentar clássicos e raridades.

Sem preconceitos e com muito afeto o +PRETA celebra a beleza e força criativa da música brasileira a partir da experiência de uma pessoa negra.

A cada edição, um/uma artista, personalidade, ou intelectual negra divide com o público suas memórias musicais + pretas em quadros especiais como: o samba da vida, a música da família, o som revolucionário, o hit que inspirou uma mudança.

No comando do microfone, a apresentadora Adriana Couto, uma das profissionais mais conhecidas do jornalismo cultural.

Confira a playlist oficial do programa:

Por: Bianca Sousa

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