Você conhece Jaloo?
A cantora, compositora, DJ e produtora musical celebra 38 anos hoje e é considerada uma das expoentes da música indie e eletrônica paraense.
Nascida em Castanhal, município do estado do Pará, Jaloo começou a carreira em 2010 realizando remixes e mashups especialmente entre artistas internacionais e nacionais, vislumbrando valorizar a música do país ao mesclá-la com sucessos do momento da música estrangeira,.
Em “Trouble Pretin”, por exemplo, ela misturou “Pretin” e “Double Boubble Trouble“, de Flora Matos e M.I.A. Seu remix “Oblivion Loló“, mistura de “Oblivion” e “Minha Vó Tá Maluca“, de Grimes e MC Carol, recebeu elogios da cantora canadense original.
Em 2014, Jaloo lançou o EP “Insight”, com três músicas autorais (“Insight“, “Downtown” e “Odoyá – In Your Eyes“) e um cover de “Oblivion“, da Grimes.
Em outubro de 2015, a cantora lançou seu álbum completo, chamado “#1”. O álbum conta com 12 faixas e tem elementos de indietronica, tecnobrega e indie pop, junto com batidas bem brasileiras. Entre os sucessos, canções como: “Chuva”; “Ah, Dor”; “A Cidade”; e “Last Dance”.
Em 2017, Jaloo foi a primeira atração a se apresentar no Palco Axé do festival Lollapalooza Brasil.
No ano seguinte, Jaloo interpretou uma drag queen em seu primeiro filme como atriz, “Paraíso Perdido”, ao lado de Júlio Andrade, Erasmo Carlos, Humberto Carrão e Marjorie Estiano.
Em 2019, Jaloo lançou seu terceiro álbum – chamado “ft” – com canções como: “Say Goodbye”; “Céu Azul” (em parceria com MC Tha); “Cira, Regina e Nana,” (em parceria com Lucas Santtana).
No mesmo ano, a cantora se apresentou no festival Rock in Rio, junto com outros grandes nomes da música paraense, como Gaby Amarantos, Fafá de Belém, Dona Onete, Manoel Cordeiro e Lucas Estrela, integrando o espetáculo “Pará Pop“.
Em 2021, Jaloo assinou a direção e produção musical de “Purakê”, segundo álbum da cantora Gaby Amarantos, e também lançou um álbum em colaboração com a banda Strobo – “Os Amantes” – com canções como “Ninguém” e “Linda”.
Após um período de hiato entre 2022 e 2023, a artista retornou às redes sociais afirmando sua identidade não-binária de gênero fluido e passando a utilizar pronomes femininos.
“Foi muito natural. Eu me identifico com o gênero fluido e acho que vou permanecer assim até morrer. É claro que sou uma pessoa trans, principalmente uma mulher trans agora. No começo, optei por não dividir tanto esse processo com a fanbase e foi uma boa decisão. É muito particular passar por esse momento de ruptura. Pude viver tudo com bastante cuidado e comecei a entender o mundo por essa nova perspectiva. Sei que perdi vários privilégios que a masculinidade me permitia ter, então ainda é um processo diário refletir sobre isso.”, disse a cantora em entrevista à revista “ELLE”.
Em 2023, seu quarto mais recente disco – “MAU”, que define como “eletrônico, brasileiro e urgente” – foi escolhido pela Associação Paulista de Críticos de Arte como um dos 50 melhores álbuns nacionais de 2023. Entre os sucessos, as canções: “Profano” e “Ocitocina“.
“Fazer música no computador foi o que me tirou da minha cidade natal e me trouxe para São Paulo. Minha vida gira em torno do computador. Todo dia conheço um plugin novo, assisto a um tutorial, baixo um aplicativo. Vivo testando coisas. Em ‘MAU’, busquei fazer muito mais do que já fazia. Compor e produzir eu já tinha feito, mas nunca havia assinado tudo.
Além disso, olhei muito para o presente, como por exemplo o phonk (subgênero do hip-hop que nasceu nos EUA e mistura trap, funk e jazz com a estética lo-fi), que é um som que as crianças escutam muito hoje em dia, principalmente no TikTok. E isso me deixou fascinada. Também tiveram algumas letras em que usei o Chat GPT como apoio. É meio assustador, mas muito interessante, principalmente se você já tem uma mente criativa. Ele é uma ferramenta, você ainda precisa existir para que tudo aconteça.”
